quinta-feira, novembro 14, 2013

Da Poesia maior

"Nada pode ser mais complexo que um poema,
organismo superlativo absoluto vivo,
apenas com palavras,
apenas com palavras despropositadas,
movimentos milagrosos de míseras vogais e consoantes,
nada mais que isso,
música,
e o silêncio por ela fora."

Herberto Helder, in Servidões


Azul. Escuro, como deve ser para Herberto. E preto. Uma árvore. Azul e preta, claro. Só as letras são brancas. Autor, título, editora. Dentro? Dentro são os poemas e "nada pode ser mais complexo do que um poema". Mas nos poemas há "música, e o silêncio por ela fora".

14 comentários:

  1. SERVIDÕES
    “e logo [mo] rou­ba­ram,
    logo me per­de­ram o pequeno achado,
    mas nin­guém me rouba a alma”.

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    1. Herberto, sempre perturbadoramente belo!

      Beijinhos Marianos, Legionário! :)

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  2. É esse o desejo que move os poetas. fazer soar a melodia do silêncio.

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  3. Silêncio ensurdecedor :)

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    1. Ah, mas ensurdecedoramente bom!

      Beijinhos Marianos, Ness!

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  4. Há sim, há música e o silêncio por ela fora. E ainda há aquilo que queremos ler, pois a poesia é, por si só, aquilo que a gente sente, para lá das vogais e das consoantes.


    Beijinho

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    1. Por isso gosto tanto de poesia!

      Beijinhos Marianos, JP! :)

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    1. As cores dentro das palavras!

      Beijinhos Marianos, je suis...noir! :)

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  6. A árvore azul e preta da Ilda David.
    Também ela, nos seus traços de luz, poderia dizer, como Herberto: "nenhuma linha é menos que outrora".

    Boa noite, Maria :)

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    1. Porque o preto e o azul são cores vibrantes se usadas com mestria.

      Beijinhos Marianos, Xil! :)

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