"- Comigo você falará sua alma toda, mesmo em silêncio. Eu falarei um dia minha alma toda, e nós não nos esgotaremos porque a alma é infinita. E além disso temos dois corpos o que nos será um prazer alegre, mudo, profundo."
Clarice Lispector, in "Uma Apredizagem ou O Livro dos Prazeres"
(A gaivota, Nadir Afonso)
Falar a alma com o corpo todo. Dizer o corpo com a alma toda.
Não sei ao que a Clarice se referia, mas devia ser mesmo à Alma. Na falta de uma contextualização, presumo que, como em tantas vezes, ela se refira a coisa nenhuma a partir de um vazio corpóreo. É como se as "beatas" gostassem de Deus só por gostar, ignorando a mais pequena ideia de qualquer prática vantajosa para a humanidade!... Clarice é assim mesmo, em muitas das suas incursões pela pureza da falta de substância, provocando, todavia, uma certa satisfação à almas irrealizáveis que guardam o "corpo", religiosamente, sobre todo o espaço da mesinha de cabeceira!... Algumas acordam a pensar nisso, outras nem chegam a acordar disso e, ainda, há outras que continuam a sentir-se vazias, depois de se encherem com tantas vozes da Alma à Alma!...
ResponderEliminarEstá do meu lado a ausência de contexto... e da mesinha de cabeceira!...
Abraço
Penso que sim, que é mesmo à ALMA que se refere. É um amor estranho, este, em que ela se manifesta pouco interessada no corpo. Contudo, algo começa a tocá-la, à medida que conhece melhor o homem que profere estas palavras.
EliminarBeijinhos Marianos, A.! :)
O que fica atrás de nós e o que jaz à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós.
ResponderEliminarNa mouche! :)
EliminarBeijinhos Marianos! :)