(Richard Tuschman inspirado em Edward Hopper)
Entristecera sem remédio, Maria do Rosário. Deram-lhe a beber chás, prescreveram-lhe anti-depressivos, levaram-na ao cinema, a concertos, a passear na praia... Nada lhe fazia brilhar os olhos como antes de António Carlos lhe ter sussurrado palavras de amor.
Tinha sido por altura do São João. O rapaz tinha garbo e sabia como falar ao coração de uma mulher. Ela, que tanto se fechara às questões do amor, abriu-lhe primeiro uma fresta da janela, para pouco depois lhe escancarar a porta. Foi um namoro breve. Nem ela soube o quão breve, de entretida com os sonhos. Ficaram-lhe os papelinhos onde escrevera os nomes de homem para deixar numa bacia de água, no beiral da janela, durante a noite de 24 de junho, de modo a que São João fizesse abrir aquele onde se lesse o do seu amor verdadeiro. Fizera, porém, batota, com medo do resultado, e nos seis pedaços de papel, escritos a tinta indelével, lia-se ora António, ora Carlos. Mal ela sabia que São João é um santo muito atento. No dia 25, pela manhãzinha, quando foi espreitar a bacia, nenhum dos papéis se tinha desdobrado.
António Carlos ou António e Carlos? Tenho estado aqui a pensar e não chego a qualquer conclusão... a Maria tinha um ou dois namorados?
ResponderEliminarNão acredito que o São João seja polígamo...
Beijo e boa semana!
O rapaz tinha dois nomes próprios, assim, seria António, Carlos ou António Carlos, tanto fazia. ;)
EliminarBeijos, Ricardo. :)
Querida Maria Eu,
ResponderEliminarA batota da monogamia. Trapaça típica das apaixonadas do Rosário.
Beijos,
Outro Ente.
Será, Ente?
EliminarBeijos, meu caro, e uma boa noite. :)
Passando para conferir as novidades. Belo texto!...
ResponderEliminarAbraçO
Muito obrigada, Nidja!
EliminarBeijos. :)
Sabes? Nessa coisa de amores rápidos sou um nabo...
ResponderEliminarAmores rápidos são pouco recomendáveis, dizem.
EliminarBeijos, Rogério. :)
Viu? Não podemos trapacear!
ResponderEliminarParabéns!
Vc conseguiu uma foto magnífica.
Trapaça é coisa para nos trazer problemas. :)
EliminarBeijos, Arnaldo. :)
Os seres humanos são seres complexos, com curiosidades sexuais e sensuais abundantes...esperemos pelo segundo parecer de São João Baptista !:
ResponderEliminarBoa semana, Maria! :)))
Mais do que complexos, caro Legionário... Eu que o diga que não me entendo tantas vezes.
EliminarBeijos. :)
Lindo poema lindo post.
ResponderEliminarMorris
Muito obrigada, Morris. :)
EliminarBeijo. :)
Não desfazendo no São João a Maria do Rosário devia ter deixado o assunto ao cuidado do Santo mais casamenteiro de que há memória -
ResponderEliminarSto.António!
;)
Beijinho Maria
A rapariga baralhou-se, se calhar! ;)
EliminarBeijos, Té. :)
Até as batotas inocentes são sancionadas!?
ResponderEliminarBj
Pois são, Agostinho, não sabias?
EliminarBeijos. :)
Pecados de amor serão desculpados? Neste caso parece que não, por isso Maria do Rosário estava deprimida...
ResponderEliminarTambém acho que lhe relevam o pesadelo. :)
EliminarBeijo, GM. :)