(imagem daqui)
Havia aquele perfume a licor de leite pela casa, a garrafa à espera que o líquido passasse pelo papel pardo de onde escorria, dourado e doce. Começava-se na Sexta-feira a fazer os biscoitos de limão, o bolo de laranja e os queques. No Sábado, era a vez da torta de chocolate, do leite-creme, das empadas de galinha, da bola de carne. À noite, já ficava a toalha de renda branca na mesa da sala de jantar, acomodando ao centro um arranjo profuso em cravos e gipsofila. Sim, porque no Domingo, a excitação era grande. A missa, muito cedo, o estômago vazio para podermos comungar e que, de vez em quando, fazia os mais débeis fraquejar num desmaio. ainda antes de receberem a hóstia, ou beijarem a Cruz.
Havia aquele perfume a licor de leite pela casa, a garrafa à espera que o líquido passasse pelo papel pardo de onde escorria, dourado e doce. Começava-se na Sexta-feira a fazer os biscoitos de limão, o bolo de laranja e os queques. No Sábado, era a vez da torta de chocolate, do leite-creme, das empadas de galinha, da bola de carne. À noite, já ficava a toalha de renda branca na mesa da sala de jantar, acomodando ao centro um arranjo profuso em cravos e gipsofila. Sim, porque no Domingo, a excitação era grande. A missa, muito cedo, o estômago vazio para podermos comungar e que, de vez em quando, fazia os mais débeis fraquejar num desmaio. ainda antes de receberem a hóstia, ou beijarem a Cruz.
Regressadas a casa, enquanto as mais velhas da família punham as iguarias na mesa, cabia-me a tarefa de ir buscar alecrim e desfolhar rosas para, numa mistura perfumada e colorida, atapetar o trajecto desde o portão até à entrada de casa. Por ele viriam o Padre, os Mordomos, o escolhido carregando a Cruz de prata, mais o menino da água-benta, vizinhos, conhecidos e curiosos, perante os quais exibia, orgulhosa, o vestido a estrear e os meus dotes de anfitriã, oferecendo os pratos cheios de doces e salgados, com um sorriso aberto. Os copos e os cálices, esses, era o meu pai que enchia de vinho branco, sumo de laranja ou licor de leite. A minha mãe ficava sentada, a fazer companhia ao Padre, e a olhar, aflita, para o chão de madeira que ia sendo pisado pelos sapatos sujos da terra dos caminhos e que dera tanto trabalho a encerar (duas mulheres a dar ao braço um par de horas).
(obrigada ao Outro Ente, pela lembrança)
(obrigada ao Outro Ente, pela lembrança)
(perdoem a escolha, sei que ainda não é dia, mas é assim que lembro a Páscoa, com alegria)
Bela evocação :|
ResponderEliminarFeliz Páscoa!
Obrigada, muito, Ricardo. :)
EliminarBoa Páscoa para ti, também.
Beijos. :)
Recordações de um tempo. Que excitação!
ResponderEliminarBela prosa, Maria. E as amêndoas?
Páscoa feliz!!!
Estou com problemas no portátil ...
As amêndoas também estavam na mesa. :)
EliminarSaudade do tempo em que a minha tarefa era simples.
Boa Páscoa, Agostinho. :)
Querida Maria Eu,
ResponderEliminarQue bonito texto.
Obrigado,
Outro Ente.
Eu é que agradeço, caro Ente.
EliminarBeijos e uma boa Páscoa. :)
Belo texto seu de recordação de Páscoa com alegria Maria, embora por aqui alguns ainda cumpram o "ritual" de receber o compasso pascal, nota-se que cada vez mais há portas fechadas...
ResponderEliminarPáscoa Feliz, Maria:))
Na cidade é diferente.
EliminarBoa Páscoa, meu caro Legionário. :)
E fizeste me voltar ao corredor das memórias felizes :)
ResponderEliminarBoa Páscoa Maria :)
Ainda bem.Precisamos de memórias felizes.
EliminarBeijos, I, e boa Páscoa. :)
Boa Páscoa, Maria.
ResponderEliminarBoa Páscoa, Sandra.
EliminarBeijos. :)
Memórias!! :) Boa Páscoa ^^
ResponderEliminarBeijinhos*
Muito obrigada, Ember Blue.
EliminarUma boa Páscoa para ti, também.
Beijos. :)
Recordações que ficam para sempre. Tempos idos, esses... :)
ResponderEliminarÉ bom recordar, não é, GM? :)
EliminarBeijos. :)