Havia o peso dos cobertores da serra que parecia esmagar-nos a cada movimento, nos Invernos sempre frios. Custava, mesmo, entrar na cama para despir as últimas peças de roupa sem tiritar, até sentir o calor do pijama de flanela acabado de desenrolar da botija de estanho (mais tarde substituída por uma de borracha que dava, imagine-se, para abraçar). Às vezes, a mãe tardava em vir apagar a luz (tardar significava vir "só" pelas 10 horas da noite) e ficava ali, de barriga para cima, apenas com a testa e os olhos de fora da roupa da cama, a olhar o tecto onde umas sombras de humidade desenhavam sombras que podiam parecer fantasmas, cavaleiros, castelos, ...
(Sándor Mulaj)
O edredon é leve e o ar condicionado nem permite que haja pijama, quanto mais botija. Entro na cama e os braços nus ficam por fora da roupa. É tarde, uma da manhã. Esqueço-me de apagar a luz. Fico deitada, de barriga para cima, a olhar o tecto imaculadamente branco, sem fantasmas, nem cavaleiros, nem castelos, ...
"Saudades de quando vinhas apagar a luz, mãe!"
"Saudades de quando vinhas apagar a luz, mãe!"
Lendo e ouvindo o silêncio
ResponderEliminare todas as memórias que trazem dentro
(triste e terno, isto)
Saudades quando vinhas apagar a luz,PAI!
EliminarSaudades, ponto.
EliminarBeijinhos Marianos, Til! :)
A ternura, por vezes, também é triste...
EliminarBeijinhos Marianos, Rogério! :)
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ResponderEliminar.
. a saudade como presença in.equívoca e amplamente in.corpórea .
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. beijo meu .
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Uma saudade intrusiva...
EliminarBeijinhos Marianos, Paulo! :)
saudades de aconchego!
ResponderEliminarde ser menina!
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