sexta-feira, junho 13, 2014

Do desejo terno


(João Werner)

Falarei menos que um peixe, amor,
das líquidas emoções ou desejo serpenteado
sobre o que começa junto às rotas umbilicais.
Não me procures no rumo do vento
no cansaço da lua asfixiante, no mistério
ritmo da noite voltada para disponibilidade
de um sexo tecido de felicidade.
Diz-me com ternura imensa, a dor profana
a finitude do prazer de te descobrir
procuradamente na suavidade duma errância
com que te inicio no embrulho do teu calor
langoroso.
É um orvalho matinal que te rega
um suspiro húmido com sabor a algas
dos teus seios fugidios, ardente abandono
lascivo amanhecer.
Na carta que sustenta este ardor
sôfrego desejo me embala a fadiga
de te possuir com secreta evasão,
sentida excitação de me deixar aprisionar
no excesso fantasmagórico da sublimação
primitiva da vida e do amor que germina.


Américo Teixeira Moreira, O corpo restituído



No aveludado da pele se perdem as mãos, no prazer infinito de te conhecer, na ânsia de fazer da tua pele a minha pele.

8 comentários:

  1. Nem pensar quebrar este encanto
    e o desejo, sentido por dentro

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  2. Essa mistura suave das peles provoca verdadeiros terramotos! :)))
    Beijinhos Maria :)))

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    1. Arrasadora mistura! :))

      Beijinhos Marianos, I, e bom fim de semana! :)

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  3. "Na tua pele toda a terra treme
    alguém fala com Deus alguém flutua
    há um corpo a navegar e um anjo ao leme.

    Das tuas coxas pode ver-se a Lua
    contigo o mar ondula e o vento geme
    e há um espírito a nascer de seres tão nua..."

    Manuel Alegre

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    1. Tão bem que Manuel Alegre canta o Amor! :)

      Beijinhos Marianos, Legionário! :)

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  4. Mais que o nu

    contra o nu

    no mais íntimo da pele

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    1. Até que duas peles sejam só uma, indistintas na amálgama do amor.

      Beijinhos Marianos, MA! :)

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