sábado, agosto 16, 2014

Do início das cartas de amor



 (JAMES CARROLL BECKWITH)

Meu amor, começava assim a carta que tinha escrito no papel de linhas finas e de cor branca. Coisa mais antiga, isto de escrever cartas e ainda mais começar assim, de chofre: meu amor. Meu? Ninguém é de ninguém, rapariga. Até o outro canta isso no refrão daquela canção que fez sucesso há uns tempos atrás. Não conheces? Cantava-a aquele rapazinho de ar melancólico, agarrado a uma viola; na, na, ra, na, na, na, na...na, ra, na, na, na, na, na... Depois é essa coisa de, para além de meu (teu) ser amor! Amor? Sabes lá tu o que é amor, rapariga! Ah, e tal, "amor é fogo que arde sem se ver"! Se Camões soubesse o que era amor tinha morrido nos braços de uma mulher bonita, cuidado e amparado em vez de se finar de peste, sozinho e na miséria. 
Onde é que eu ia mesmo? Na introdução da carta? Ainda? Melhor parar por aqui que esta coisa de cartas de amor deixa-me com azia! Olha, rapariga, sabes que mais? Manda-lhe um email, ou uma sms, sempre é mais moderno e mais rápido!

9 comentários:

  1. Francesco Petrarca disse que as duas cartas de amor mais difíceis de escrever são a primeira e a última, à priori poderá ter razão à posteriori já ponho certas dúvidas...

    Bom Domingo Maria:)

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    1. Não é difícil escrever cartas de amor quando se ama.

      Beijinhos Marianos e boa semana, Legionário! :)

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  2. Til adora...
    http://youtu.be/ohtCKeNuiI8

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    1. :)))) O Sérgio é muitooooo bom!

      Beijinhos Marianos, Til! :)

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  3. As saudades que eu tenho de uma carta de amor bem escrita.
    Nick Cave, esse, sempre um poeta!

    bom domingo

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    1. Perdeu-se esse hábito e é uma pena.
      O Nick é topo! :)


      Beijinhos Marianos e uma excelente semana, S! :)

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  4. Maria neste seu Post esqueci-me de um pormenor muito importante...Nick Cave:)

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  5. Bem, levando alto, as mãos lá de cima possuem a arte de "ama", por terem a arte de doar. Existem rios inferiores, de águas chatas aonde não mergulhamos mais! abraços

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