(Retrato de Madre Paula, do ábum de Boião de Cultura)
Paula Teresa da Silva e Almeida nem imaginava que, ao entrar no convento de Odivelas com a tenra idade de 17 anos, iria atrair a cobiça do rei D. João V.
Dona de uma considerável beleza, começou por aquecer a cama do Conde de Vimioso, também Marquês de Valenças. Porém, o rei D. João V, mal lhe pôs a vista em cima, logo abandonou a outra freira que o consolava em Odivelas para ordenar ao Conde que deixasse Paula para si.
A jovem freira, mais nova para cima de trinta anos do que o régio amante, era tão meiga e solícita na cama que se tornou na favorita, ascendendo a Madre e vendo-se dona de uma considerável soma mensal, luxuosos aposentos e protecção de toda a espécie para a sua família.
Destes amores ardentes (consta-se que o rei não resistia a visitas quase diárias) nasceu José, o mais jovem dos "Meninos de Palhavã", assim nomeado por ter sido criado e educado neste palácio, bem como os outros filhos bastardos reconhecidos do rei, que viria a ser inquisidor-geral. (Pergunto-me a que torturas condenaria pai e mãe pelas loucuras de alcova, caso os pudesse julgar?)
Muitos nobres passaram a inclinar-se perante Madre Paula que conseguia de D. João V o que outros jamais seriam capazes.
Saramago, no Memorial do Convento, põe a seguinte descrição de Paula nos lábios do rei: "flor de claustro perfumada de incenso, carne gloriosa".
Imagino o rei que amou a música a deleitar-se com Paula, num banho tomado na banheira de prata maciça que lhe ofereceu, enquanto se ouviam os acordes das composições de Carlos Seixas...
* este post inspirou-se num outro, de Ana Porfírio, no seu Boião de Cultura.
"carne gloriosa"
ResponderEliminarFonte de tentação e gozo.
EliminarBeijinhos Marianos, Rogério! :)
Bem,pela imagem a Paula é fantástica e D.João V teve imenso bom gosto!
ResponderEliminarOnde é esse convento?Ainda existe?.
Sim, ainda existe. É mesmo em Odivelas e hoje é o Instituto de Odivelas, colégio para raparigas (julgo que para filhas de militares mas não sei se apenas para elas).
EliminarBeijinhos Marianos, Til! :)
ResponderEliminarDiz-se que cada um "nasce para o que nasce"...
Falta saber se Madre Paula foi tão boa freira como amante.
A questão pode parecer um contra-censo!!... mas eu acho que não!
Beijinhos com água benta
(^^)
Tenho as minhas dúvidas já que freiras devem ter Deus como esposo e viver em humildade e despojamento...
EliminarBeijinhos Marianos, Afrodite! :)
EliminarCerto o que dizes...
Mas o meu comentário foi contextualizado à realidade da época!
Beijinhos de fé
(^^)
Uma coisa é certa: a fama da marmelada já vem de longe...
ResponderEliminar:)
Os doces conventuais são deliciosos! ;)
EliminarBeijinhos Marianos, Rui! :)
Não era por vocação que entravam no convento, mas por imposição -- para deixar o caminho livre para as heranças dos irmãos masculinos, entre outros motivos edificantes :) Face a tal, o desfecho era previsível -- e para o rei, Odivelas ficava praticamente no caminho para Mafra, muito prático :)
ResponderEliminarAh, as histórias da História, e de como ela tomou forma...
Boa tarde, Maria (excelente post) :)
Lá está a cama a fazer das suas! ;)
EliminarBeijinhos Marianos, Xil! (obrigada) :)
Que viva Saramago
ResponderEliminarSempre.
EliminarBeijinhos Marianos, MA! :)
Não me lembro dessa irmã Paula no Memorial do Convento. Vou daqui vasculhar-lhe as páginas. :)
ResponderEliminarEu fiz o mesmo, Luisa! :))
EliminarBeijinhos Marianos! :)
Como é bom saber um pouco mais de História.
ResponderEliminarNada como o sexo para movimentar o mundo, quer-me parecer.
Beijinhos
Oh, se movimenta!
EliminarBeijinhos Marianos, Pérola! :)
Os prazeres da carne sobrepõem-se a tudo, convenhamos. Gostei da tua publicação e da música do compositor português Carlos Seixas. Sei de quem vai gostar deste post se te vier visitar.
ResponderEliminarCarlos Seixas tem composições maravilhosas! :)
EliminarEspero que essa pessoa me visite, então. :)
Beijinhos Marianos, Ricardo!
Já cá vim três vezes ao post e gosto tanto dele e tenho tanto para dizer sobre ele, que não sou capaz de comentar, porque teria de falar demais de mim (não, não sou freira nem nunca fui). É muito intenso. É maravilhoso e libertador. Lindo.
ResponderEliminarE, no meio de tudo, é post que só podia mesmo vir de ti, Maria. Tu também és intensa. Linda.
Beijos, como tu dizes, repenicados. :-)
Fico muito emocionada pela maneira com me vês. Gostaria muito de ser metade disso...
EliminarBeijinhos Marianos, repenicados e gratos! :)
A história é deliciosa. A freirinha, também deve ter sido...E o retrato é impressionante. A expressão do rosto, o peito e até a posição da mão!
ResponderEliminarMal vi este retrato tive que escrever sobre a freira que tão intensa sobressai!
EliminarBeijinhos Marianos, Tio algarvio! :)