(imagem retirada daqui)
Com a Fortuna não Perde o Ser de Besta
Na carreira veloz, a deusa cega
Lança às vezes a mão a um feio mono
E o sobe, num instante, a um coche, a um trono,
Onde a Virtude com trabalho chega.
Porém se, louca, num jumento pega,
Por mais que o erga não lhe dá abono:
Bem se vê que foi sonho de seu sono,
Quando a vara ou bastão ela lhe entrega.
Pouco importa adornar asno casmurro
Com jaezes reais, mantas de festa,
Se a conhecer se dá no rouco zurro.
Quem, no berço, por vil se manifesta,
Quem nele baixo foi, quem nasce burro,
Co'a Fortuna não perde o ser de besta.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
Na cegueira da avidez e da ganância, poder não significa, necessariamente, saber.
Só o título é já um poema...
ResponderEliminarbeijo amigo
:))))
EliminarBeijinhos Marianos, Daniel! :)
Nunca tanto como agora..., a cobiça e a ganância do ter não só engoliu o ser e a convivência pacífica, mas até privou a maior parte dos homens de ter o indispensável, para acumular nas mãos de uns poucos o que a todos pertence!
ResponderEliminarBom Domingo Maria:))
Triste, não é, Legionário?
EliminarBeijinhos Marianos e um excelente Domingo para ti também! :)