segunda-feira, dezembro 29, 2014

Minimal





The Minimal


I study the lives on a leaf: the little

Sleepers, numb nudgers in cold dimensions,

Beetles in caves, newts, stone-deaf fishes,

Lice tethered to long limp subterranean weeds,

Squirmers in bogs,

And bacterial creepers

Wriggling through wounds

Like elvers in ponds,

Their wan mouths kissing the warm sutures,

Cleaning and caressing,

Creeping and healing.


Theodore Roethke




(Vyacheslav Mishchenko)



Minimal


Estudo as vidas numa folha: os pequenos

Dorminhocos, traquinas paralisados em dimensões frias,

Escaravelhos em cavernas, salamandras, peixes-escorpião surdos,

Piolhos colados a ervas subterrâneas compridas e débeis,

Contorcionistas em pântanos,

E répteis bacterianos

Contorcendo-se feridas adentro

Como minúsculas enguias em lagos, 

As suas bocas lívidas beijando suturas quentes,

limpando e acariciando,

rastejando e cicatrizando.


Theodore Roethke, tradução de Maria Eu



8 comentários:

  1. Com este, Maria, fez-me recordar filmes adolescentes. Decentes.
    Bicho lindo, o lagartinho pintado. Apesar de longas exposições solares não aquecem por nada.Na sorna estão sempre alerta: ao mínimo movimento desandam em correrias loucas, medrosos. Há quem tenha medo deles.

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    1. Nasci no campo. Brinquei com carrochos, lagartixas, joaninhas, formigas, grilos, sapos...

      Beijinhos, Agostinho, e uma boa noite! :)

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  2. "rastejando e cicatrizando"
    cicatrizando para voltar
    a... rastejar

    Meu neto
    que é esperto
    dá-lhes um aperto
    eu deixo, não me meto



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    1. Brinquei com elas, as lagartixas e outros, em menina. :)

      Beijinhos, Rogério! :)

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  3. ...têm uma vantagem os lagartos, volta-lhes a crescer a cauda... e alguns mudam de cor...
    aprende-se muito com esse mundo minimalista e de sangue frio, embora eu prefira de longe o sangue quente.
    Beijinhos Maria, bela tradução.

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    1. A lagartixa

      A um só tempo indolente e inquieta, a lagartixa,
      Uma réstia de sol buscando a que se aqueça,
      À carícia da luz toda estremece e espicha
      O pescoço, empinando a indecisa cabeça.

      Ei-la aquecendo ao sol; mas de repente a bicha
      Desatina a correr, sem que a rumo obedeça,
      Rápida num rumor de folha que cochicha
      Ao vento, pelo chão, numa floresta espessa.

      Traça uma reta, e pára; e a cabeça abalando,
      Olha aqui, olha ali; corre de novo em frente
      E outra vez, pára, a erguer a cabeça, espreitando…

      Mal um inseto vê, detém-se de repente,
      Traiçoeira e sutil, os insetos caçando,
      A bater, satisfeita, a papada pendente…

      Em: Poesias completas, Da Costa e Silva

      Também prefiro o sangue quente, embora inveje o frio...

      Beijinhos, Teresa, e obrigada. :)

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