(Children playing a singing game, West Virginia, 1941.)
Era sempre à sexta-feira. Escapuliam-se pelo portão das traseiras do colégio e iam, numa correria ruidosa, a dois sítios: à mercearia do Sr. Nunes e a casa da Sr.ª Ana. Contavam os tostões para os cromos que colariam cuidadosamente na caderneta, pincelando cada rectângulo numerado de cola dourada. Eram frágeis, os cromos, nada de cola a mais, senão perdiam a graça. Rasgavam as saquetas sob o olhar divertido do Sr. Nunes, com os olhos a brilhar de expectativa, tantas vezes gorada com repetidos introcáveis. Guardados que eram nos bolsos, ficavam esquecidos por momentos em prol da guloseima que aguardava na casa da Sr.ª Ana. Ah, os rebuçados brancos, estriados, que deixavam um cheiro doce e pesado desde a cozinha à entrada. Subiam as escadas esconsas à velocidade de pernas de meninas de dez anos e, na cozinha, davam os trocos todos por rebuçados.
Agora os trocos já não chegam para comprar rebuçados...
ResponderEliminarDepende do que considerares trocos... ;)
EliminarBeijinhos, Til, e bom Sábado! :)
.
ResponderEliminar.
. e da expectativa se recheavam os dias felizes . naquelas que seriam tardes de sorrisos entre risos estridentes .
.
. dulcíssimo este texto a cheirar a um momento ancestral . nesta época de quase Natal .
.
. deixo votos de festas felizes .
.
. e um imenso beijinho .
.
.
Muito obrigada, Paulo! Quisera ser capaz de escrever textos como os teus, em particular este último! Vou "roubar-te" o começo e mostrar o caminho para lá a quem me visita. Imperdível, o teu Intemporal!
EliminarBeijinhos Natalícios! :)
No meu tempo, havia também meninos assim...
ResponderEliminarTempos de inconsciente felicidade...
EliminarBeijinhos, caro Rogério! :)
Tempos onde a felicidade era tão simples :)
ResponderEliminarSe era, I!
EliminarBeijo. :)
Eram estas coisas simples, inocentes, que alvoraçavam os "bandos de pardais à solta".
ResponderEliminarTempos de infância, felizes! :)
ResponderEliminarBeijinhos. :)