sábado, janeiro 07, 2017

Escudo

(Alan McGowan)


Ela mantinha-se dentro de um limite de segurança. Saía para apanhar sol ou para andar à chuva, mas aquele círculo pairava à sua volta como se fosse um escudo. Podiam entrar nele a uma ordem sua e nunca sem antes serem escrutinados naquilo que tivessem de mais íntimo, as ideias.
Um dia, sem aviso prévio, ele entrou de rompante, e ela, de razão perdida e sem poder anímico para restaurar a defesa, ficou despida da sua couraça, à espera do dia seguinte.


30 comentários:

  1. Loving this post, especially the Great Gatsby song.
    Your selections drive me crazy.
    xx

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  2. Ainda bem que eram defesas e não uma couraça:)
    ~CC~

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  3. A vida é uma aventura ousada ou então não será nada...

    Bom fim-de-semana, Maria:))

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  4. por isso mesmo o coração deve ser mantido ao largo... de preferência numa garrafa :)

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    1. Oh! Numa garrafa é uma chatice do caraças! Ainda por cima, pode enjoar!

      Beijocas, Stormy boy :)

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  5. Percebo-te...ainda hoje procuro a armadura que perdi noutras Eras...

    bom dia

    :)

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    1. São tão difíceis de encontrar, uma vez perdidas!

      Beijinhos, Moonchild :)

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  6. Nenhum limite de segurança é intransponível. Resta saber o que aconteceu no dia seguinte. :)

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  7. quebrando com os hábitos de dia a dia

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    1. Ou tropeçando neles.

      Beijos, alfacinha, e obrigada pelas palavras :)

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  8. Há limites de segurança que não resistem a certos circuitos hormonais...
    Beijo.
    ~~~

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    1. Hormonais, apenas? Sou menos racional... :)

      Beijos, Majo :)

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  9. Passeei-me por aqui hoje, com vagar e muita satisfação.

    Grata por tão boas sensações.

    Lídia

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  10. que dia seguinte seja o primeiro dia...
    beijo

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  11. E assim nasceu um grande amor.
    Beijinhos, boa semana

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  12. Às vezes é bom quando quebramos as defesas... Um bom texto.
    Beijos.

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    1. Ainda que seja curto, o tempo.
      Obrigada, Graça!

      Beijos :)

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  13. Foi surpreendida. É só com a surpresa, com o inesperado, que os grandes saltos são dados, para o bem e para o mal. Às vezes sem se dar conta.

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    1. E é boa. a vertigem da surpresa, para o bem e para o mal.

      Beijos, Olvido, e obrigada pelas palavras :)

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  14. Que belo naco de prosa, Maria!

    Um círculo, uma linha
    que envolve, circunscreve,
    aprisiona, ou órbita
    na qual adormecem
    esperanças cativas.

    A que altura se eleva
    a linha fortaleza.
    Em que altura se fecha,
    que comoções a esboroam?

    Que se oculta, então,
    na ilusória segurança:
    nua rudeza ou inatingível beleza?

    Bj

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    1. Tudo está ali, ao alcance do olhar mais percustante . Tu viste.

      Beijinhos, Agostinho, e obrigada. :)

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