domingo, janeiro 22, 2017

Como a água à sede do deserto


MA PIÙ CHE MAI...

Dall'inizio mi manchi,
come l'acqua alla sete del deserto.

Mi manchi quando ti cammino a fianco:
non vanno nella  stessa direzione,
se non breve tratto,
due treni su binari paralleli.

Mi manchi quando sono con un'altra(o)
come manca la freccia alla ferita
che per la sua estrazine si dissangua.

Ogni giorno mi manchi; e in ogni dove
perché all'assenza di te
non c'è un altrove.

Corrado Calabrò


(Salvador Dali)


MAIS QUE NUNCA

Desde o início faltas-me
como a água à sede do deserto.

Faltas-me quando ando ao teu lado:
não procedem na mesma direcção,
senão por breve troço,
dois comboios em carris paralelos.

Também me faltas quando estou com outra(o)
como falta a flecha à ferida que pela sua extracção se dessangra.

Cada dia me faltas; e em toda a parte
porque para a ausência de ti
não há algures.

Corrado Calabrò, traduzido por Giulia Lanciani no livro A penúria de ti enche-me a alma



13 comentários:

  1. I love Dali's work. What a mind.
    And now I love Bebe. What a voice.
    Enjoy your Sunday.
    xoxo

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  2. A musica é soberba, assim como a tua selecção poética e artística.
    Beijo Maria :)

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  3. se nã conhecesse o teu requintado bom gosto, diria que essa imagem nasceu para esse poema e depois a música... e que nã foram juntos por mão humana!

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  4. Quem ama de verdade, sente constantemente a falta do seu amado/a !
    :)

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  5. Sorte a minha
    nunca me sobrando
    nunca me faltando

    morreria de sede
    (e ela sabe!)

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  6. E quando nos falta, sente-se um vazio tão difícil de preencher. Beijinho Maria

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  7. Que esse vazio seja rapidamente ultrapassado.
    Boa semana

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  8. Não conheço a poesia de Corrado Calabrò, mas fiquei muito interessada. Obrigada pela partilha.
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  9. Saudade é algo que não tem medida, é um vazio que a gente só pode preencher com a lembrança.
    Boa semana, Maria.:)

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  10. Superlativamente belo, Maria. Então...

    Não há algures, nenhures, sim.
    É uma fatalidade o paralelismo da geometria
    na vida. Uma monotonia, pois,
    por mais que corram nunca se tocam.

    E no deserto serão miragens
    as viagens na ilusão de aproximação.
    Em vão. Num estado inabitado
    as fontes desesperam secas.

    Houvesse linhas de gente,
    secantes, como setas de Cupido,
    convergentes, a indicar o ponto d'água
    a sede morreria e viveria dessedentada.

    Bj.

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  11. O vazio deixado pela falta do amor dói... Bela imagem!

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