Lúbrica
Mandaste-me dizer,
No teu bilhete ardente,
Que hás de por mim morrer,
Morrer muito contente.
Lançastes, no papel
As mais lascivas frases;
A carta era um painel
De cenas de rapazes!
Ó cálida mulher,
Teus dedos delicados
Traçaram do prazer
Os quadros depravados!
Contudo, um teu olhar
É muito mais fogoso,
Que a febre epistolar
Do teu bilhete ansioso:
Do teu rostinho oval
Os olhos tão nefandos
Traduzem menos mal
Os vícios execrandos.
Teus olhos sensuais,
Libidinosa Marta,
Teus olhos dizem mais
Que a tua própria carta.
As grandes comoções
Tu neles, sempre, espelhas;
São lúbricas paixões
As vívidas centelhas...
Teus olhos imorais,
Mulher, que me dissecas,
Teus olhos dizem mais
Que muitas bibliotecas!
Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'
(Damian Loeb)
Libidinoso Cesário
ResponderEliminarBelo
Muito belo.
EliminarBeijinhos Marianos, MA! :)
Carnal, devasso, lascivo, sensual este Cesário que de Verde neste poema não tem nada...)
ResponderEliminarVermelho, diria, a cor deste poema! :)
EliminarBeijinhos Marianos, Legionário! :)
"Teus olhos dizem mais"
ResponderEliminarmas menos
que poemas tão belos
Concordo, Rogério! (Mas concordar contigo não é difícil) :)
EliminarBeijinhos Marianos! :)
Palavras quentes desenham um quadro carregado de sensualidade :)
ResponderEliminarBeijinhos Maria :)
Um registo bem diferente, de Cesário.
EliminarBeijinhos Marianos, I! :)
Isto é pornografia ó Maria,aiiiiiiiiiiiii;)
ResponderEliminarE da boa, Til! ;)
EliminarBeijinhos Marianos! :)
Maduro, Cesário...
ResponderEliminarE atrevido ;)
EliminarBeijinhos Marianos, Tétisq! :)
Muito bonito o poema do nosso Cesário Verde. O dueto musical também com os esplendorosos Jardins do Palácio de Versailles, um assombro ! Gostei também da foto.
ResponderEliminarAdmiro o teu bom gosto para as tuas publicações !!!
Muito obrigada, Ricardo!
EliminarBeijinhos Marianos! :)
Bela vista...és tu, Maria?
ResponderEliminarIsso é que era bom! ;)
EliminarBeijinhos Marianos, Jorge! :)