Creio
que Josefa jamais terá visto um Vermeer e que Vermeer nunca terá
ouvido falar de Josefa. A primeira, portuguesa por parte do pai,
espanhola por parte da mãe. O segundo de Delft, na Holanda.
Não
teve Josefa a grandeza do holandês mas foi uma das quatro mulheres
referenciadas como pintoras barrocas de relevo, juntamente com
Louise Moillon (França), Clara Peeters (Flandres) e Fede Galizia
(Itália).
Josefa
de Óbidos, nascida Josefa de Ayala Figueira (1630-1684),
desde cedo revelou tendência para as artes, nomeadamente para a
pintura e para a gravura em metal, lâminas de
cobre e prata. O pai, Baltazar Gomes Figueira, também
pintor com algumas encomendas, embora de pouco reconhecimento, fê-la
apadrinhar por Francisco Herrera, El Viejo, figura da pintura
barroca espanhola com algum destaque.
Rapariga
determinada, não deixa que a enclausurem para a vida no convento
para onde a mandaram aos 16 anos (embora seja no convento que
aperfeiçoa a arte) e regressa a Óbidos, onde se destaca pelas obras
que incluem naturezas mortas e painéis religiosos.
Teria
por volta de vinte anos quando fez a gravura da edição dos novos
Estatutos da Universidade de Coimbra e foi,
ainda, retratista da Família Real Portuguesa, sendo de realçar
os retratos da rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, mulher de
D. Pedro II e da filha, princesa D. Isabel, o desta aquando do seu
noivado com Vítor Amadeu, duque de sabóia, a quem terá sido
enviado.
Houvesse televisão e internet no período Barroco e certamente Johannes e Josefa teriam comentado a obra um do outro no reduto dos seus lares ou, quem sabe, trocariam emails sobre técnicas de pintura.
O Barroco com os seus contrastes mais fortes, a maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual, só prova que a moral da arte reside na sua própria beleza...
ResponderEliminarSe nessa época houvesse internet Maria, pergunto eu como seriamos nós na actualidade.:)
O Barroco tem aquela sensualidade que emana do excesso e nos atrai. Gosto muito, apesar de ser simples. Principalmente da música.
EliminarBeijinhos Marianos, Legionário! :)
Oh!
ResponderEliminarO barroco, o barroco
diz-me tão pouco...
Quanto mim
se houvesse televisão
não teriam obra assim
(entravam depressa no surrealismo)
E, porém, foste tu que me fizeste lembrar a Josefa! :)
EliminarBeijinhos Marianos, Rogério! :)
Que curioso. Obrigado.
ResponderEliminarObrigada eu, Miak, pela visita e pelas palavras!
EliminarBeijinhos Marianos! :)