quinta-feira, março 20, 2014

Primavera

 (Lisa Carney)


“estes dias”

queimam-me
os dias
dos outros.
rego-me, reinvento o
mundo.
falho.
na minha janela
de ferrugem tórrida
os passarinhos
ainda
fazem amor.


Ondjaki 

 
Enquanto houver uma janela e nela houver pássaros, posso falhar a reinvenção do mundo mas hei-de sempre reinventar-me.

12 comentários:

  1. Enquanto houver sorrisos dentro de ti, não há montanha que não consigas escalar :)
    Adoro as cores do quadro :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sorrir é algo que faço com alguma facilidade. :)

      Beijinhos Marianos, I! :)

      Eliminar
  2. Gosto imenso do quadro, da poesia, da tua frase, da música bem escolhida, onde o violino parece quere simbolizar os pássaros !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ena, Ricardo, fazes-me ficar contente!! :)

      Beijinhos Marianos! :)

      Eliminar
  3. Gosto muito quando escreves algo teu no seguimento do que postas aqui. Fica completo. :-)
    Boa Primavera, Maria!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Susana!
      Muitas flores e árvores rebentando em verde para ti!

      Beijinhos Marinanos! :)

      Eliminar

  4. Estou deliciada a ouvir o trecho musical que escolheste :)
    A Primavera já chegou sim...e um novo ciclo começa. Vou tentar inspirar-me nesse recomeço!

    Beijinhos primaveris ♥
    (^^)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lindo, não é?

      Que a Primavera nos traga tranquilidade, Afrodite. Bem precisamos...

      Beijinhos Marianos! :)

      Eliminar
  5. Quando Vier a Primavera

    Quando vier a Primavera,
    Se eu já estiver morto,
    As flores florirão da mesma maneira
    E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
    A realidade não precisa de mim.

    Sinto uma alegria enorme
    Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

    Se soubesse que amanhã morria
    E a Primavera era depois de amanhã,
    Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
    Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
    Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
    E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
    Por isso, se morrer agora, morro contente,
    Porque tudo é real e tudo está certo.

    Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
    Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
    Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
    O que for, quando for, é que será o que é.

    Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Dos meus favoritos! Obrigada! :)

      Beijinhos Marianos, Legionário! :)

      Eliminar
  6. Li hoje, no dia da Poesia. Um poema bem bonito :)
    (Continua a reinventar-te que fazes muito bem ;))

    Beijinhos

    ResponderEliminar