sábado, novembro 15, 2014

Namoro de pardais


Há uma nespereira a crescer em frente à janela do meu quarto. Dou-me conta de como o tempo passou pela grossura do tronco, o tamanho dos ramos, as folhas largas que teimam em agarrar-se, mesmo durante as chuvadas intensas de Inverno. Já não sei dizer se são perenes, as folhas, só me lembro de as ver ali, uma mancha verde que se pincela de branco na época de floração e de amarelo quando as nêsperas amadurecem.
Os pardais fazem verdadeiras raves no amarelo dos frutos com um nunca mais acabar de trinados e voos em corropios doidos. Às vezes, alguns param num ramito mais afastado e ficam ali, a debicar-se, num namoro descarado.

De que falava eu, mesmo? Ah! Da nespereira! Mas que disparate! O castanheiro é que devia ser tema, já que este não é o tempo das nêsperas e sim o das castanhas.


12 comentários:

  1. Não falavas da Nespereira nem do Castanheiro. Falavas da vida, da folhagem verde perene e da beleza do amor em qualquer espécie.

    E o tempo passa e a Nespereira vai continuado por lá.
    Beijinho Maria TU

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Era disso mesmo, ACzinha!

      Beijinhos Marianos, enfermeirinha! :)

      Eliminar
  2. É sempre tempo de falar do tempo que corre e da vida que passa :)
    Beijinhos :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Há coisas pequenas que nos enternecem, sem mais nem porquê.

      Bejinhos Marianos, I! :)

      Eliminar
  3. Boa noite, Maria.
    É sempre tempo de toda a natureza que cresce e se expande e marca a vida da gente, duma maneira ou outra.
    bj amg

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E é nela, na natureza,que ficamos em permanente admiração!

      Beijinhos Marianos, Carmem, e obrigada pela presença! :)

      Eliminar

  4. Gostei da narrativa e do casalinho.
    Uma janela, a da Maria, aberta à vida que se transfigura lá fora. A rusticidade da nespereira vence a contrariedade do frio. Tem folhas teimosas que não caem como as outras árvores, para que o auge do açúcar chegue, sem atraso, ao tempo do amor. Os amantes precisam de se manter robustos, de plumagem luzidia, durante todo o namoro. Se reparar a nespereira já apresentará florais, generosamente, prontos a explodir.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E não é que está mesmo toda florida? :)

      Beijinhos Marianos, Agostinho!

      Eliminar
  5. Nespereira? Castanheiro?
    Que interessa a árvore?,
    desde que tenha ramitos
    para namoros descarados

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :))) Esses ramitos são mesmo bons, não são?

      Beijinhos Marianos, Rogério!

      Eliminar
  6. Gosto de nêsperas ( e de castanhas) mas ainda gosto mais de uma pequena história como esta. Assim do nada e vista simplesmente da janela. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Contas muitas com as belas fotos que vais publicando, Luísa! :)

      Beijinhos Marianos! :)

      Eliminar