Ocupo-me com tudo menos o que fica na resma do trabalho, ali ao lado, na secretária de madeira que, reparo agora, tem marcadas palavras e palavras sobrepostas. Sempre me repreendia, o professor de Desenho, por carregar demasiado no lápis. "Maria, não carregues assim no lápis, menina! Parece que estás zangada! Não vês que, a enganares-te, vão ficar marcas, mesmo que apagues esses traços fundos?" Ficavam sempre assim, os meus desenhos, marcados pela força, pela sofreguidão posta em cada linha, em cada detalhe.
Já não desenho. Continuo a usar da força e da sofreguidão. Continuo a não ser capaz de apagar as marcas.
As marcas são as memórias. O passado pode ser um deserto frio e tenebroso.
ResponderEliminarHá marcas de todos os tipos, boas e más.
EliminarBeijinhos Marianos, Uvinha! :)
Marcas são referências, vestígios, testemunho de percursos: Há quem desmarque, mas uma marca é sempre uma marca. Mesmo tentando desmarcar.
ResponderEliminarBeijo :)
E o que somos nós, a não ser um conjunto de marcas?
EliminarBeijinhos Marianos, AC! :)
Eu fazia o mesmo. E essas marcas não desaparecem :)
ResponderEliminarBeijinhos :)
Temos mais em comum do que parece. :)
EliminarBeijinhos Marianos, I! :)
Eu gosto de pessoas com marcas,são as que me marcam mais:)
ResponderEliminarViveram mais.
EliminarBeijinhos Marianos, Til! :)
Os riscos riscados
ResponderEliminarna alma
ninguém os apaga
Ninguém, Rogério, nem nós.
EliminarBeijinhos Marianos! :)
Toda a ciência está na mina do lápis: uma mina B deixa traços que se apagam sem deixar marcas. Mas isso, os professores de desenho nunca dizem. Tal como nunca dizem que toda a gente tem jeito para desenho. E deviam.
ResponderEliminarBoa noite, Maria :)
Meu caro Xil, o meu professor era arquitecto e dessa coisa de minas nunca falou. Eram os lápis nro x ou y...
EliminarSempre tive jeito para desenhar, apenas os traços tendiam a ser carregados.
Beijinhos Marianos! :)
Nota: já experimentei os modernos lápis de minas. Parto-as sempre. Sou muito antiga, deve ser por isso.
Eu uso de minas 1.0 em vez de 0.5 por causa disso mesmo :)
EliminarAqui fica a sugestão.
Boa noite, Maria :)
No fundo, todas as nossas “marcas” dizem um pouco quem somos e o que é que estamos a fazer e a necessidade de deixar algo feito, porque esta vida não é eterna e deixar as nossas “marcas” pode ser uma forma de eternidade.:)
ResponderEliminarUmas são feridas abertas, outras são cicatrizes.
EliminarBeijinhos Marianos, Legionário, e bom fim de semana! :)
Contudo, as marcas na alma são muito mais difíceis de apagar que as marcas do lápis no papel.
ResponderEliminarbj amg
Não há borrachas para esse efeito.
EliminarBeijinhos Marianos, Carmem! :)
Mais vale a força da coragem que traça que o sofisma da cobardia que se perde em rasuras.
ResponderEliminarBFS, Maria.
Mas doem, às vezes, essas marcas...
EliminarBeijinhos Marianos, Agostinho! :)