terça-feira, novembro 11, 2014

Chuva miúda

 
(Tuula Narhinen)

De quando em vez, cai aquela chuva miudinha, que nunca molha muito mas castiga o cabelo e fica em gotículas espalhada pela roupa, estilhaços de vidro daqueles pratos que nunca se partem em pedaços afiados mas que se partem na mesma, desfazendo-se em pequenos fragmentos. Brilham, mesmo em dias cinzentos, essas gotículas, lembrando que estão lá, que chove, ainda que não haja tempestade. Não penetra a roupa, de leve, mas aguça os nervos na sua insignificância que não é completamente ignorável nem particularmente relevante.



17 comentários:

  1. Já dizia minha mãe
    "chove sempre nos olhos de alguém"

    (fiz link aquele post em que me chamou poeta...lá, claro está)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os olhos são sempre húmidos...

      (obrigada, muito)

      Beijinhos Marianos, Rogério! :)

      Eliminar
  2. Esta chuva que molha os tolos?:)
    Beijinhos Maria :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os tolos e os menos tolos, São! :)

      Beijinhos Marianos! :)

      Eliminar
  3. Olá Maria! Péssimo tempo. Já liguei o aquecedor.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Chuva e frio, sim. :)

      Beijinhos Marianos, Uvinha, e boa semana! :)

      Eliminar
  4. Respostas
    1. Absolutamente irritante!

      Muito obrigada!

      Beijinhos Marianos, Lídia! :)

      Eliminar
  5. Como a rima da chuva de Rossiter Johnson:

    How it pours, pours, pours,
    In a never-ending sheet!
    How it drives beneath the doors!
    How it soaks the passer's feet!
    How it rattles on the shutter!
    How it rumples up the lawn!
    How 'twill sigh, and moan, and mutter,
    From darkness until dawn.

    Boa noite, Maria :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ah, meu caro Xil, esta chuva não se parece, nem de longe nem de perto, com a da rima fantástica que aqui deixaste!
      É miúda, irritante, sem corpo ou volume!

      Beijinhos Marianos, Xil! (os teus leitores gostariam de voltar a comentar os teus posts)

      Eliminar
  6. Dessa chuvinha fina e silenciosa, diz-se (cá na minha terra) que é uma nuvrinha. Olha, está a nuvrinhar. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Adorei a palavra! Prometo usá-la com garbo e pundonor! ;)

      Beijinhos Marianos, Luísa! :)

      Eliminar
  7. Voltei para izer que não, no domingo não apanhei nenhum trevo de quatro folhas. Aliá, nunca encontrei nenhum, embora já me tenham oferecido alguns. :)

    ResponderEliminar
  8. dizer... (não sei o que aconteceu ao d...). Ups e também me fugiu o s de aliás. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ui! Nem imaginas as letras que me fogem a cada passo! :D

      Eliminar
  9. É a chuva dos manda-chuva que dizem não ter importância que é uma inevitabilidade.
    E nós dizemos que é chata, arreliadora, desmancha prazeres, castradora, espoliadora...
    E fere como vidro. Vidro partido.

    ResponderEliminar