(imagem daqui)
A casa continuava ali, aparentemente igual. Já secara a
buganvília que emoldurava a varanda e a horta não era trabalhada. O pessegueiro,
porém, erguia-se orgulhosamente verde, a copa a sombrear a janela daquele que
um dia fora o seu quarto. Quando era menina de caracóis loiros tinha por
costume plantar todos os caroços de pêssego depois de comer, em mordidelas
ávidas, o fruto amarelo de laivos arroxeados. Um deles germinara e crescera
aquela árvore, quem sabe para proteger a janela onde se debruçara a fumar os
primeiros cigarros e a olhar o céu em sonhos de adolescente. Já há muitos anos
que os pais se tinham mudado para uma casa maior, mais bonita e confortável,
rodeada de árvores e vinhedos. Era naquela, no entanto, que ecoavam as suas
gargalhadas de menina, o bater acelerado do coração na primeira paixão, aos 13 anos, as vozes alegres das mulheres da casa a cantar na
cozinha. Tudo tão vívido que lhe chegou às narinas o cheiro dos biscoitos de
limão alinhados em tabuleiro untado com manteiga, a cada Domingo.
Abandonadas, as paredes brancas escureciam, as contras das janelas empenavam e as portas, entreabertas, deixavam entrar as trepadeiras daninhas
que se iam enroscando nas lembranças sem as conseguirem estrangular.
ResponderEliminarE a mim, agora de repente, cheirou-me a bolo de chocolate e sumo de maçã.
Cheiros que lembram amizades profundas.
Beijos de água doce
(^^)
Sabores de uma tarde de Verão entre amigas.
EliminarBeijos, Esther Williams. :)
A Esther Williams, conheço !!!... é uma Sereia Lindíssima
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EliminarRicardo,
Lindíssima e que eu adoro!
Sou fã desde novinha desta actriz/nadadora.
(^^)
Odores de infância
ResponderEliminarAh, e o pessegueiro
As ruínas
que nos entram pelas narinas
nos penetram a alma e a inundam de cheiro
Os cheiros são um forte indutor de recordações.
EliminarBeijos, Rogério. :)
Na melâncolia dos pessegueiros das nossas vidas, vive uma parte de nós, que quase sempre, traz cheiros bons.
ResponderEliminarMemórias perfumadas.
EliminarBeijos, noname. :)
Memórias que podem ser reavivadas por um qualquer pormenor.
ResponderEliminarOu pessegueiro.
Bfds
De vez em quando é bom regressar ao passado.
EliminarBeijinhos, Pedro. :)
:) fizeste-me lembrar a minha infância e as visitas diárias aos pessegueiros na esperança de que já tivessem o tamanho e
ResponderEliminara maturação certas para os podermos comer. Velhos tempos, bons tempos. Bj
E quando os tirávamos verdes, na ânsia da prova?
EliminarBeijos, GM. :)
Maria, encanta-me as manhãs de verão, cheiro fresco a erva cortada que me trazem esperança com odores de infância conhecidos por lembranças!
ResponderEliminarFaz-nos sorrir.
EliminarBeijinho, Legionário. :)
Memórias doces de menina! Também tinha o hábito de enterrar os caroços na terra.
ResponderEliminarGosto da imagem e da banda sonora.
Bom fim-de-semana, Maria!
Será geracional? ;)
EliminarObrigada, Isabel.
Beijos. :)
Doces recordações, Maria. Lembrei-me também do meu quarto cor-de-rosa, da longa varanda onde dispunha as bonecas defronte para o quadro como se de uma sala de aula se tratasse e do cheiro da maresia. Obrigada por me transportares, através do teu texto, para outros tempos.
ResponderEliminar:))
Bonecas! Do que me foste lembrar! :))))
EliminarBeijos, Maria, e obrigada. :)
Por pouco não saio daqui, a caminho da cozinha, para fazer biscoitos de limão... :)
ResponderEliminarSabem bem, os biscoitos e as recordações.
EliminarBeijos, Luísa. :)
As memórias de infâncias/juventudes passadas em casas que nos são queridas, são sempre recordações agradáveis e nostálgicas, mas perduram para sempre ! Gostei de tudo !
ResponderEliminarMelancolia...
EliminarObrigada, Ricardo.
Beijinhos. :)