Há muito tempo que não me cruzava com Maria Antónia. Hoje, enquanto corria na rua, guarda-chuva aberto em protecção da água que tanto se fizera desejar, vi-a. Refugiara-se num recanto abrigado onde se intersectavam as varandas dos prédios azuis, cabelo e roupa encharcados, olhar fixo num ponto imaginário. Inverti o passo de corrida para lhe dar um beijo. Que sim. Que estava bem. Que não era nada daquilo que diziam. E eu, sem saber do que diziam, fiquei a olhá-la, muda. Foi então que choveram os olhos de Maria Antónia e o corpo molhado tremeu, tremeu, em soluços convulsivos, sem que disséssemos uma só palavra, para ali, abraçadas, como se o mundo dela desabasse sobre os meus ombros.
Que não. Que não teria muito mais tempo para andar à chuva, nem para esperar que o seu João viesse, lá do outro lado do Atlântico. Talvez uma semana.
E não houve guarda-chuva que me salvasse desse dilúvio de desventura.
Texto muito bom. Adorei...
ResponderEliminarHoje: - Magia sem sumo
.
Bjos
Votos de boa noite
Obrigada, Larissa!
EliminarBeijos :)
"Chove em meu coração, como chove na cidade!
ResponderEliminarChoverá sem motivo neste coração carente ?
Ou será tristeza sem razão ?"
("variação" de Paul Verlaine)
Beijinhos Maria Eu
Chuva ácida.
EliminarBeijinhos, Rui :)
Gorgeous piano piece.
ResponderEliminarxx
😘
I also think so. :)
EliminarKisses, Rick.
Que chuva triste, essa.
ResponderEliminarChuva da alma...
EliminarBeijos, Luísa :)
Presenciar uma sentença de morte, ainda por cima num dia de chuva é triste Maria....
ResponderEliminarBeijinho
Uma morte anunciada traz sempre tempestade...
EliminarBeijos, GM :)
Um dilúvio de emoções, que encharcam qualquer coração :-(
ResponderEliminarBeijo
Derrotam...
EliminarBeijos, noname :)
Há dilúvios que não conseguimos evitar.
ResponderEliminarOs que resultam de emoções no topo de todos os outros.
Podemos, apenas, levar pequenas abertas de amor.
EliminarBeijinhos, Pedro :)
E ficou ainda mais frio e cinzento ...
ResponderEliminarUm beijo Maria
Gelado.
EliminarBeijos, JI :)
Numa situação tão intensa não sabemos que dizer...para isso há o silêncio, traduzido num abraço de emoção.
ResponderEliminarBom dia, Maria:)
Um abraço pode nãos chegar, mas ampara.
EliminarBeijinhos, Legionário :)
Quando chove por dentro é que é pior. ;)
ResponderEliminarEncharca até à alma.
EliminarBeijinhos, Patife :)
Oh... que triste, Maria. Ainda bem que estavas ali, para a abraçar.
ResponderEliminarUm beijinho.
Abraços podem amparar.
EliminarBeijos, Susana :)
A culpa é tua, falaste em dilúvio... pimbas! :)
ResponderEliminarFosse assim e poderia desfazê-lo.
EliminarBeijinhos, Luís :)
Pobre Maria Antônia. É triste quando os dilúvios caem não sobre o mundo inteiro, mas sobre uma pessoa só.
ResponderEliminarnotas-poeticas.blogspot.com
A vida traz luz e escuridão.
EliminarBeijinhos, Lua de Carmim :)
Um abraço encharcado de emoção deixaste tu aqui. Magnífico o teu labor/lavor.
ResponderEliminarBj.