(Paul Bond)
Carlos envelhecera sem se dar conta.
Ainda agora era o menino que corria em brincadeiras de
esconde-esconde, soltava o pião e procurava tesouros escondidos na
areia da praia.
O mar era já ali e o sol não
precisava ser quente para entrar nas ondas mansas e ficar, boiando,
olhos postos no céu, a sonhar com aventuras mil, voando com as
gaivotas que rivalizavam com os farrapos brancos das nuvens.
Nada mudara. O
mar e o céu, azuis de doer, o branco das gaivotas e das nuvens, ou a
sua capacidade de sonhar. Sabia que havia rugas finas nos olhos que
agora olhavam o céu e que os seus braços abertos abraçavam mais
água, mas no seu coração corriam meninos, lutavam piratas, e havia
beijos roubados na areia dourada.
E, de repente, o mar entrou-lhe em casa.
Ele ensinaria, se lhe pedíssemos, como se faz para que o mar nos entre em casa? :-)
ResponderEliminarQue quadro tão bonito Maria TU
Acho que sim, noname! Só temos que o encontrar!
EliminarBeijos :)
Retrato exato
ResponderEliminarapenas o nome
consta errado
o meu não é Carlos
:)))
EliminarBeijinhos, Rogério.
O mar, o mar, sempre recomeçado.
ResponderEliminarBom Domingo Maria:))
É tão bom, ir até ao mar! Ainda mais seria se ele viesse ao nosso encontro.
EliminarBeijinhos, Legionário :)
Uma imagem fantástica. Adorei ler...
ResponderEliminarParticipando; {Poetizando e Encantando} ...Sintonia do luar... beijando o mar.
.
Bjos
Domingo feliz.
Obrigada, Larissa!
EliminarBeijos :)
Ao princípio pensei ser um texto com o espírito do Mário Henrique Leiria. Bem se vê que a imagem tão à Magritte empurrou-me nesse sentido. Mas como tinha tropeçado em "soltava o pião e procurava tesouros escondidos na areia da praia" porque lera sAltava Ao pião e procurava tesourAs escondidos na areia da praia. Só o escondidos é que me alertou para a ramela sêca e todo o humor viscoso que me tolhia ainda a visão. Aclarei a perspectiva e então o texto pareceu um dramático lamento ecológico desta passagem que por cá fazemos e da impermanência de tudo. E paradoxalmente a constância que somos quando nos agarramos à memória e preferimos rever em vez de ver.
ResponderEliminarIsto tudo para dizer que escrita assim que me suscite estes torvelinhos de interpretação além de ser estimulante só pode ser boa.
A constância do que somos, sim! Rever pode ser um refúgio para fugirmos de ver o que menos nos agrada.
EliminarA escrita? Tu é que tens uma imaginação extraordinária!
Beijinhos, Luís :)
E, não nos entrando ele em casa, vamos nós adentrarmo-nos nele, onde, nesses momentos, mora a nossa casa.
ResponderEliminarBeijinhos, Maryou :)
Nessa imensidão que serve de acalmia...
EliminarBeijos, Lindona :)
"O mar entro em minha casa... e se fez real
ResponderEliminarEm meus sonhos de menino viajante.
O mar é meu companheiro errante,
E agora é meu companheiro fiel e leal!"
Corrigindo....
Eliminar"O mar entroU em minha casa... e se fez real
Em meus sonhos de menino viajante.
O mar é meu companheiro errante,
E agora é meu companheiro fiel e leal!"
O mar sonhado consegue ser real.
EliminarBeijinhos, PDR :)
e ficou lá?
ResponderEliminarAcho que sim. Tem-no nos olhos!
EliminarBeijinhos, Luís :)
Deviamos poder brincar sempre, independentemente do tempo passar.
ResponderEliminarBeijinhos Maria :)
Ter essa capacidade de tornar os sonhos realidade.
EliminarBeijos, JI :)
O mar como memória viva.
ResponderEliminarGuardado em casa.
EliminarBeijos, Luísa :)
o mar entrou-lhe em casa e fê-lo sentir criança de novo, esquecer os anos, a ruga ao canto do olho :)
ResponderEliminarBeijinho Maria Tu
Voltou a encontrar tesouros.
EliminarBeijos, GM :)
O quadro é delicioso...
ResponderEliminarInspirador.
EliminarBeijinhos, Eros :)
O mar entrou-lhe em casa por permanecer sempre em seus sonhos...
ResponderEliminarUm texto excelente!
Uma boa semana.
Um beijo.
o mar da infância...
EliminarObrigada, Graça, e os meus votos de uma excelente semana!
Beijos :)
Excelente texto
ResponderEliminarde um mar
sem muros nem amos
Bjs
O mar está onde o quisermos ver.
EliminarBeijinhos e obrigada, MA :)
Fizeste-me lembrar o Al Berto: "curiosamente, hoje, ouve-se o mar como se estivesse dentro de casa. o vento deve estar de feição. a ressonância das vagas contra os rochedos sobressalta-me. desconfio que se disser mar em voz alta, o mar entra pela janela." ;)
ResponderEliminarAl Berto? Só mesmo no amor ao mar!
EliminarObrigada, Patife!
Beijinhos :)
Terceiro blogue com o mar como tema hoje.
ResponderEliminarBom resto de semana.
Talvez por ser tão bo como tema. :)
EliminarBeijinhos, Pedro.
como se sabe que envelhecemos se o mar é sempre mar e o céu sempre eterno?
ResponderEliminarMas nós não envelhecemos, o nosso corpo é que envelhece.
EliminarBeijocas, Stormy boy :)
O fim no princípio: a música? Gosto muito do rapaz.
ResponderEliminarNo último parágrafo ficou o abanão que nos confronta (afronta?) com a ilusão de braços maiores. Mas, a água é sempre maior.
Para que te escrevo eu isto, se podia simplesmente dizer-te que escreves muito bem?
Bj.