"Dois jovens peixes vão nadando, e a certa altura encontram um peixe já velho que vai em sentido oposto, lhes faz um gesto de saudação e diz: "Vivam, rapazes! Que tal está a água?". Os dois peixes jovens nadam mais um pouco e depois um vira-se para o outro e diz: "Que raio de coisa é a água?"."
Do manifesto A Utilidade do Inútil, de Nuccio Ordine.
Moves-te a cada dia num alheamento da realidade em que imerges. Talvez isso signifique que a aceitas tal como te é servida, sem te aperceberes que não contas para a elaboração do cardápio.
infelizmente assim é...
ResponderEliminarE deixamo-nos levar...
EliminarBeijocas, Stormy :)
Ou exactamente por nos apercebermos que não contamos para a elaboração do cardápio, mas nada possamos fazer para contrariar.
ResponderEliminarBeijinho Maria TU
Será que não podemos, noname?
EliminarBeijos :)
A verdade é que somos animais de hábitos !... e há tantos deles em que estamos naturalmente inseridos que nem nos apercebemos que são uma realidade, distinta, visível ou sensível, palpável ou não e no entanto nos passa despercebida ! E curiosamente, não poderemos passar sem ela ! ... e como dizes, quantas vezes o cardápio é tão bem recheado !
ResponderEliminarUm Bom fim de semana, Maria e um beijo escolhido do cardápio !
Provavelmente, deixamo-nos levar pala corrente por ser mais fácil do que nadar contra ela.
EliminarBeijinhos, Rui :)
Tão alheados vamos que nem nos damos conta de nada. Quando damos, pode ser tarde.
ResponderEliminarQue a mensagem seja essa e que possa ser entendida, Luísa!
EliminarBeijos :)
Alheados andamos todos, preocupados muitas vezes com coisas que não nos dizem nada !
ResponderEliminarMalvada tecnologia !!!... :(( No fundo se não fosse esta "malvada" tecnologia, não conheceria os excelentes seres humanos que conheço há mais de 4 anos !
A tecnologia só nos aliena se deixarmos. (Verdade, Ricardo.)
EliminarBeijinhos :)
alheada, mas que seja feliz.
ResponderEliminarE será que podemos ser felizes alheados? Que felicidade será aquela que não vê?
EliminarBeijos, Laura :)
Pois é...
ResponderEliminarnem nos apercebemos disso,
eu, peixe, me confesso.
Quando penso nisso,
como agora,
vejo num flashback
as vezes, tantas, que escapei.
Ao anzol,
o pior é a rede,
que eu sei.
E se o alheamento
for a nossa cura?
Por exemplo:
uma bala vertiginosamente animada,
com remetente (in)determinado
e endereço preciso
que por um acaso inexplicável
se alheia de nós
e falha.
Bj, Maria.
Por vezes, gostava que assim fosse, Agostinho, e o alheamento fosse a nossa cura. Contudo, que cura pode ser aquela que nos cega, nos ensurdece e nos emudece?
EliminarBeijinhos :)
Que dureza!
ResponderEliminarÀs vezes sabe bem ter memória de peixe :)
Se for apenas às vezes...
EliminarBeijinhos, CC :)
Maria, gostei imenso deste Post, e deixo aqui esta pérola de Fernando Namora:
ResponderEliminarAlheamento
Meu corpo estiraçado, lânguido, ao longo do leito.
O cigarro vago azulando is dedos.
O rádio… a música… e as folhas murchas
caindo nas mãos do Outono.
E a tua presença que esvoaça
em torno do cigarro, da música, do Outono…
Ausência, minha doce fuga!
Estranha coisa esta, a poesia,
que vai entornando mágoa nas horas
como um orvalho morno escorrendo dos vidros
numa tarde incorpórea…
Termino com a invocação à mãe enquanto porto de abrigo para as desilusões da vida e a desistência de as enfrentar:
…
E sem uma crosta que me tornasse rijo,
nem lutei nem vivi;
fiquei quieto, absorto, em lágrimas
— e lá ao fundo esperavam-me valados
e chacais rancorosos.
Bem precisamos de poesia bem "acordada" como esta. Alheadamente nos estranhamos da vida.
EliminarBeijinhos, Legionário :)
Tristes e coitados os alheados
ResponderEliminara fingir de gente
É isso mesmo que penso do alheamento. Triste.
EliminarBeijinhos, Puma :)
Bom texto, o alheamento ás vezes é total, mas não precisa ser assim, bjs e boa semana
ResponderEliminarEu diria mais, Zulmira: Não deve ser assim!
EliminarBeijos :)
A nossa vida já é muito isso - hábitos consolidados, repetição quase automática de gestos.
ResponderEliminarÉ saudável, todos os dias, fazer algo diferente.
Boa semana
Até podemos cumprir uma rotina. Ela salva-nos, também. Porém, fiquemos alerta ao que se passa para além de nós.
EliminarBeijinhos, Pedro :)
Tão distraídos do que nos rodeia, por vezes...
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.
E, quando menos esperamos, a realidade cai-nos em cima...
EliminarBeijos, Graça, e obrigada :)