(Graça Morais)
A besta entrou, circundou-a, farejando-lhe o medo. Saltou-lhe ao pescoço, mordeu-lhe o ombro esquerdo e rugiu, a boca sangrando das feridas fundas. Deixava-se ficar, inerte, debaixo das patas fortes, cega à feiura do corpo hirsuto, surda à agudeza dos rugidos.
Há muito que deixara de lutar contra a saudade.
Há muito que deixara de lutar contra a saudade.
Parece ter sido o quadro
ResponderEliminarproduzido
para teu texto ilustrar
e não sei qual o mais expressivo
(e agora um aparte
don´t give up)
O texto foi escrito para o quadro e não o oposto. Acontece-me muitas vezes ser despertada por uma imagem.
EliminarBeijinhos, Rogério, e obrigada. :)
A saudade por vezes passa a ser uma constante, como se fosse um prolongamento de nós. Não nós conhecemos sem a ela.
ResponderEliminarAs tuas palavras são a perfeita legenda.
Beijinhos Tutu :)
Parva, a saudade! Às vezes não deslarga, raios!
EliminarBeijos, Snowy :)
Essa é uma besta terrível.
ResponderEliminarE tão portuguesa!
Morde com força, a danada!
EliminarBeijinhos, Pedro :)
Gosto de ver aqui a Graça Morais.
ResponderEliminarAcho que essa besta é da família da solidão.
Porém, há saudades partilhadas.
EliminarBeijos, Isabel :)
Por vezes...quando nossas esperanças fogem da realidade, e nós finalmente temos que nos render à verdade, isso só significa que perdemos a batalha de hoje. Não a guerra de amanhã.
ResponderEliminarA vida sem guerras seria um pouco insípida.
EliminarBeijos, Legionário :)
Espreitei acima que o quadro da Graça Morais foi o gatilho. Pelo cano saiu a bala.
ResponderEliminarAndam faunos na serra?
Há uma palavra tramada mesmo no final do texto. A última: saudade.
Com ela, imaginemos como era antes do medo.
Bj