('The Longing' by Jack Vettriano)
Tento empurrar-te de cima do poema
Tento empurrar-te de cima do poema
para não o estragar na emoção de ti:
olhos semi-cerrados, em precauções de tempo
a sonhá-lo de longe, todo livre sem ti.
Dele ausento os teus olhos, sorriso, boca, olhar:
tudo coisas de ti, mas coisas de partir...
E o meu alarme nasce: e se morreste aí,
no meio de chão sem texto que é ausente de ti?
E se já não respiras? Se eu não te vejo mais
por te querer empurrar, lírica de emoção?
E o meu pânico cresce: se tu não estiveres lá?
E se tu não estiveres onde o poema está?
Faço eroticamente respiração contigo:
primeiro um advérbio, depois um adjectivo,
depois um verso todo em emoção e juras.
E termino contigo em cima do poema,
presente indicativo, artigos às escuras.
Ana Luísa Amaral
Habitas o poema sem pudor. Sentas-te no verbo, pousas o copo no pronome e sorris, descaradamente, ao apor de uma vírgula.
Dá vontade de dizer como o Artur Semedo "Lá vai poema,,,"
ResponderEliminarSe dá, Luís! :))
EliminarBeijos. :)
Os poemas são boas excelentes moradas :)
ResponderEliminarBeijinho Maria.
Também acho, ou não fosse eu amante de poesia.
EliminarBeijos, Sandra, hoje mais repenicados ainda. :))
O poema...essa hesitação prolongada entre o som e o sentido.
ResponderEliminarBom fim de semana, Maria!:)
Adoro enredar-me no poema.
EliminarBeijos, Legionário e boa semana. :)
Amour - Amour. Adianta empurrar!? Enquanto estiver entranhado escorregará sempre para o poema. ;)
ResponderEliminarMaria, foste modelo para Jack Vettriano? Parece tanto...
Um beijinho
O poema é tramado. ;)
EliminarUi! Quem me dera! Não te esqueças que só vês um olho e a boca, o resto está convenientemente escondido. :P
beijos, Té. :)
E a seguir, sem reticências
ResponderEliminarem tais poemas
surge a interjeição
e, bem juntinho, o ponto de exclamação
Esses safados, no escurinho do poema! ;)
EliminarBeijos, Rogério. :)
Quando se vive nos poemas, o pudor pode ficar para mais tarde :)
ResponderEliminarMuito bonito Maria.
beijos!
É o mundo delirante da imaginação.
EliminarBeijos, I. :)
Neste poema só não vale colocar um ponto final. :)
ResponderEliminarClaro que não, Luísa.
EliminarBeijos. :)
ResponderEliminarthank you
سعودي اوتو
Thank you! :)
EliminarHavia por aqui um comentário de alguém que dizia ter lido um livro da Ana Luísa Amaral. Li-o e agora não sei onde foi parar! Se faz favor, acuse-se o autor! :)
ResponderEliminarPor falta de gramática e,
ResponderEliminarjá agora, de geometria
se gelatinam, se esboroam poemas.
Uma pena!
De faisão e com tinta pode ser
já é um bom começo.
Depois, é usar os adereços,
os que mais convêm
como consoantes, vogais, palavras, suspiros,
perdão, vírgulas
que a propósito venham.
E o epílogo é no ponto final.
Gosto da Ana Luísa Amaral. Será que me denunciei? Não sei. Se fui eu...não fui, Maria. Os livros devem ser sempre devolvidos ao proprietário pois são objectos sagrados. Há sempre uns que ganham sumiço...
E pronto, acabou o recreio.
Bj