(imagem daqui)
Havia um sapo no jardim. Diziam-no jardineiro, auxiliar dos que tratavam as rosas, os cravos e demais flores, as plantas verdes e a horta.
Joaninha vira-o a espreitar por entre a relva já um pouco crescida, a precisar das mãos hábeis do Sr. Joaquim na tesoura afiada que repousava no armário das ferramentas.
Ia, desde então, visitá-lo a cada dia, quando chegava da escola. E lá estava ele, como que a dizer-lhe olá, os olhos muito brilhantes no verde relvado. Ficava ali, na conversa, contando-lhe das aulas, das brincadeiras no recreio, das saudades que tinha sempre de chegar a casa.
Um dia, a professora contou um conto dos irmãos Grimm, no qual uma princesa, enojada com a figura de um sapo, o atirava a uma parede, transformando-se o bicho num príncipe.
Joaninha correu todo o caminho, ansiosa por se encontrar com o seu amigo. Em chegando, nem sequer disse olá. Pegou-lhe, levou-o para a garagem, e atirou-o com toda a força de encontro à parede que logo se tingiu de sangue.
Por mais que esperasse, a menina não via transformação nenhuma, a não ser a da falta de brilho nos olhinhos de seu amigo.
Decidiu aguardar até ao dia seguinte à tarde.
Logo na primeira aula da manhã, a professora continuou o tema do dia anterior:
- “Como a aula terminou no preciso momento em que o garboso príncipe sorria para a princesa, não tive tempo de vos contar que há muitas versões desta história. Dizem que o sapo dos Grimm, afinal, teria morrido, e que a princesa só conseguiria transformá-lo com um beijo, ou então, deixando-o dormir na sua almofada.”
Lavada em lágrimas, Joaninha contou à professora o sucedido. Aprendeu, desde então, que a realidade nada tem a ver com a ficção, ainda que assim seja contada em certos livros.
(ONUKA - TIME)
As crianças ainda acreditam nessas lendas... por vezes tão enganadoras
ResponderEliminar.
Saudações natalícias
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Meu avô sabia escolher as histórias que me contava...
ResponderEliminarPerdeu a inocência?
ResponderEliminarUma desilusão.
Imagino o desgosto da menina que ouviu a versão errada da história e perdeu um amiguinho. Que pena!
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Um conto muito bem contado.
ResponderEliminarHistórias cruéis a explorar a inocência continuam a ouver-se todo o santo dia.
Tantas meninas à espera da felicidade, de alguém que lhes olhe o brilho de olhos e, vai a ver-se, esmifram-lhes a essência atirando-as à parede.
Histórias ao contrário, de sapos a atirar Got Talents à vacuidade de jardim.
Para remate, sempre te digo, para não ficares triste: gosto muito dos jardineiros.
Beijo, Maria, e precata-te dos predadores nojentos. E do Ó...
Feliz Natal, Maria:)
ResponderEliminartive um pressentimento que isto ia acabar mal para o sapo :)
ResponderEliminarFeliz Natal! Muita saúde, paz e alegria :)
Bom ano, Maria:))
ResponderEliminarA realidade é dura, mesmo quando não é real. Felicidade e Saúde Boa para o Novo Ano.
ResponderEliminarMais uma belíssima publicação, Maria !
ResponderEliminarBom Ano para ti e para os Teus
Vim ver se as nêsperas já vingadas...
ResponderEliminarEspero que tudo esteja bem e a saúde de face rosada.
Beijo.