A manhã veio clarear a penumbra do aposento acordando Leandro do sono reparador que há muito ansiava ter. A custo, abriu os olhos e reconheceu o quarto de Mariana. Sorriu e pensou que devia ter ido mais cedo. Devia ter-lhe dito que a amava quando, naquele dia, há dois anos atrás, ela o tomara no regaço e o deixara ficar ali, naquela cama onde agora se via a amanhecer. Levantou-se e saiu do quarto em busca de Mariana. O robe azul-turquesa repousava, meticulosamente dobrado, em cima da mesa da cozinha o que lhe pareceu assaz estranho. Pousado em cima da mancha azul, um post-it amarelo. Pegou-lhe e leu a mensagem, escrita numa letra miudinha, levemente inclinada para a direita.
Leandro, tens leite e queijo no frigorífico e pão de forma na despensa. (ele sorriu com o cuidado dela)A chave de casa (sorriu ainda mais. a chave...) está na porta. Quando saíres, dá-lhe duas voltas e deixa-a na caixa do correio. Vou viajar sem data de regresso.
Post Scriptum: Eu já não te amo.
Mariana