segunda-feira, setembro 07, 2015

Melro


(José Rosinhas)


Oficio a un melro

Eu comunícolhe a vostede, Senhor Melro,
que anda a cantar tan ben no silveiral:
e súa canción, souril e velha,
pon unha arela de luz no meu sentir.
É como si en mín nacera algún milagre
ou unha roseira inefabel me apampara
deixándome estantío.
É como si unha voz de anxo, tan acesa,
puxera no corazón tal senhardade.
Pro eu comunícolhe a vostede, Senhor Melro,
que non lhe diga a ninguén o seu cantar.
Vostede non ten licencia da Academia
e non se pode cantar sin máis nin máis.

Manuel Maria (F. Teixeiro), in 99 poemas





É que não se pode cantar assim tão bem, despertar uma repentina vontade de dançar, de abraçar, de beijar. Que me oiça, Sr. Melro, não se pode!

16 comentários:

  1. Boa semana.
    Um beijinho,
    Mia

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  2. Ele há para aí cada melro!!
    E com uma lábia e cantoria que faz favor!!!
    Beijinhos

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  3. Poder até pode, mas há que saber ouvi-lo. Beijinho

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    1. Sem dúvida. Há que ter sensibilidade!

      Beijinhos, GM. :)

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  4. Chegou a aurora...o melro cantou...sua alma se inspirou...um belo poema que encantou...tudo em redor brilhou! :)

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    1. E tudo isso com o céu em tons cinza!

      Beijinhos, Legionário, e um bom dia. :)

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  5. Gosto tanto de ouvir os melros.

    Beijinhos

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  6. Tenho um melro que encontrei na minha quinta a rastejar, depois de ter sido atacado por um gato quando abandonou o ninho. Tem um bocadinho de asa a menos mas canta muito bem. Com a ajuda de um veterinário, lá consegui tratar do animal.

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