Era ao fim da tarde que Manuela pegava no cesto branco, o enchia com a roupa acabada de retirar da máquina, e ia estendê-la no quintal. Era, também, ao fim da tarde, que metia no recanto mais fundo de si a vontade de esquecer a roupa suja, a máquina de lavar e o cesto vazios, e deixar-se levar pela música da telefonia numa dança que lhe desarrumasse o vestido de corte discreto e lhe despenteasse o cabelo sempre caprichado. Mas era só ao fim da tarde. Logo, a noite chegava.
Há mulheres assim, sem madrugadas
ResponderEliminarMuitas, ainda.
EliminarBeijinhos, Rogério. :)
O fim da tarde permitia-lhe, ainda que por breves momentos, sonhar.
ResponderEliminarBoa semana
E é tão bom sonhar!
EliminarBeijinhos, Pedro. :)
Interpretei-o doutra forma (li os 2 comentários anteriores!). Ao fim da tarde recalcava a vontade de se evadir de si própria mas quando a noite chegava, voava. (devo ser uma lírica, não é, Maria?) ;)
ResponderEliminarNada lírica! Prefiro essa versão, em que Manuela se evade noite fora.
EliminarBeijinhos. :)
Talvez, só talvez, com a música fugia do seu quotidiano e viajava não saindo do seu recanto e com a noite voltava ao mesmo de sempre.
ResponderEliminarOu sonhava ainda mais, quem sabe?
EliminarBeijinhos, Urso Misha. :)
Ao fim da tarde ela entrega-se a ela própria e deixa-se ir...sonhando ou não :-))))
ResponderEliminarCreio que sim, ars. :)
EliminarBeijinhos. :)
E a noite é para descansar, exceto nos dias de festa. E esses, para que o sejam sempre, não podem ser repetidos continuamente, sob pena de se banalizarem :)
ResponderEliminarClaro! Nada de banalizar essas coisas de dias festivos e tal! ;)
EliminarBeijinhos, pai babado. :)
Que seria dela, da Manuela, sem roupa... Sempre com a cabeça ocupada lavar, estender na corda, recolhê-la seca, engomá-la... Os colarinhos e os punhos das camisas exigiam-lhe empenho redobrado e então os vincos? o ferro sempre a fugir. Demorou a ganhar-lhe o jeito, ela que na casa da mãe pouco ou nada fazia.
ResponderEliminarO que seria dela sem roupa? Para lá da música, ao fim da tarde, aventurar-se-ia até à esplanada descontrair-se das arrelias da manhã, cruzar as pernas, descruzar, despentear-se, libertar-se? Desde que às 7 horas estivesse em casa, para o jantar, impecável...
Eu cá estou a almoçar.
Gostei do teu texto. Bj.
Fica á imaginação de cada um, a vida de Manuela. :)
EliminarObrigada, Agostinho, pelas tuas sempre amáveis palavras.
Beijinhos. :)
Quando a noite cair, quando o dia envelhece, Manuela recolhe a roupa e estende os sonhos.
ResponderEliminarUm beijinho, Maria :)
Num estendal mais curto, talvez.
EliminarBeijos, Miss Smile. :)
Eu estava a imaginar o sonho dela com um swing ou até um bebop agora com o Chausson é que não.
ResponderEliminarAhahahahah. Chausson é a dimensão melancólica do sonho. Para a dança talvez... este?
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=qIdmZYw3-g0
Beijinhos, Luís. :)
Quantos finais de tarde que me levassem eu desejei.
ResponderEliminarLindo, lindo.
Beijo Maria.:)
Ah, a evasão!!
EliminarObrigada, muito, SD.
Beijos. :)
Ao fim da tarde, quando muitas vezes a vida acontece e se prolonga pelas noites. Deixemo-nos embalar pelo esvoaçar da roupa no estendal..
ResponderEliminarE, eventualmente, dançamos.
EliminarBeijos, GM. :)