quinta-feira, maio 09, 2019

À espera da luz

(Moris on Artesy)

Caem anjos na terra dos homens descontentes
Fazem-se espuma nas manhãs cinzentas
Asas quebradas na queda desabalada
Quando a cura?
Quando a luz?



(Ruben Garcia - Eleven Moons)

9 comentários:

  1. os anjos apanho com uma pá
    a espuma bebe-se
    as asas estão
    o resto é já

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  2. Gostei imenso desta publicação !
    Obrigado Maria

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  3. Bjs, bfds com a poesia dos anjos a iluminar os dias

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  4. Muito belo! Os anjos caem como aves. Talvez a terra tenha cura…
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  5. +E preciso ter esperança.
    Beijinho Maria

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  6. "O eixo silvava nos cubos como uma siringe, incandescendo (ao ser movido pelas duas rodas que vertiginosamente o impeliam de um e de outro lado), quando se apressaram as jovens filhas do sol a levar-me, abandonando a região da Noite para a luz, libertando com as mãos a cabeça dos véus que a escondiam.

    Aí está o portal que separa os caminhos da Noite e do Dia, encimado por um dintel e um umbral de pedra; o portal, etéreo, fechado por enormes batentes, dos quais a Justiça vingadora detém as chaves que os abrem e fecham.

    A ela se dirigiram as jovens, com doces palavras, persuadindo-a habilmente a erguer para elas por um instante a barra do portal. E ele abriu-se, revelando um abismo hiante, enquanto fazia girar, um atrás do outro, os estridentes gonzos de bronze, fixados com pregos a cavilhas. Por ali, atrás do portal, as jovens guiaram com celeridade o carro e os corcéis.

    E a deusa acolheu-me de bom grado, mão na mão direita tomando, e com estas palavras se me dirigiu: “Ó jovem, acompanhante de aurigas imortais, tu, que chegas até nós transportado pelos corcéis, Salve! Não foi um mau destino que te induziu a viajar por este caminho – tão fora do trilho dos homens –, mas o Direito e a Justiça. Terás, pois, de tudo aprender: o coração inabalável da realidade [ou “da verdade”] fidedigna e as crenças dos mortais, em que não há confiança genuína. Mas também isso aprenderás: como as aparências têm de aparentemente ser, passando todas através de tudo”.
    poema de parménides

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  7. Uns caem de asas quebradas
    outros elevam-se do chão e são
    todos da mesma humana condição
    Anjos em glória anjos erodidos

    A diferença relevante é ter
    ou não ter graça que não se ganha conquista-se na transparência
    dos corpos à luz

    Bj, Maria.

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