Da cozinha, evolava-se um aroma a carne assada com alecrim, à mistura com o da torta de cenoura acabada de desenformar. A voz alegre de Vó Nita cantarolava:
"Menina estás à janela
com o teu cabelo à lua
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua
Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
com o teu cabelo à lua
menina estás à janela
(...)"
Faltava pouco para a hora de almoço e, na mesa da cozinha grande, já luzia a toalha de bordado azul e vermelho à Vianesa, com os pratos do serviço de festa, os talheres de alpaca e os copos a brilharem de tão limpos. Seriam 13. Alguns diriam que 13 não seria número de comensais a sentar a uma mesa, mas Vó Nita nunca se deixara levar por superstições. Nascera-lhe mais uma bisneta em Abril. Logo em Abril, o seu mês! Havia de ser levada, essa menina, pela certa. Touro! Apaixonada, com sangue quente, teimosa e lutadora. Como ela! Sorriu, enquanto ajeitava a cadeirinha no topo da mesa. Qual azar, qual quê, se o número 13 era a sua Mariana.
Ah Matisse. I love his eye, his bold colors.
ResponderEliminarAnd thanks for introducing me to Rio Grande.
Beautiful harmonies.
Have a great weekend. Enjoy.
xoxo
Matisse always makes me see things with the enchanted eyes of a child.
EliminarRio Grande is very "portuguese"! :)
Kisses. Rick, and thanks for your kind words!
Há quem leve muito a sério esta coisa de 13 à mesa... Eu estou com a Vó Nita, não ligo nada a essa superstição. :)
ResponderEliminarEste post cheira mesmo bem... :))
Eu gosto é de gente boa à minha volta. O resto não importa!
EliminarBeijos, Luísa :)
Embora eu também esteja com a Vó Nita (pois também não ligo nada a isso), à priori evitar as superstições é uma outra superstição...
ResponderEliminarBoa semana Maria:))
Beijinhos, Legionário, e bom sol! :)
Eliminar13 é um número de sorte aqui em Macau.
ResponderEliminarJá o 14 é que é de fugir (sap sei, um som muito semelhante a morte certa).
Boa semana
Se calhar a Vó Nita viveu aí! :)
EliminarBeijinhos, Pedro :)
Passando para te fazer uma visita e uma boa leitura. AbraçO
ResponderEliminarMuito obrigada, Nidja!
EliminarBeijos :)
Que sorte, Maria, uma menina 13 com a proteção dos astros. A vovó bem se pode orgulhar.
ResponderEliminarE tu, idem, com estas prosas que tanto aprecio.
Bjs.
Os números são sempre bons quando são mais do isso, são pessoas do nosso coração. :)
EliminarMuito obrigada, Agostinho!
Beijinhos :)
Não tenho coragem de dizer que não tenha uma ponta de superstição.
ResponderEliminarA bela mensagem (carregada de gente feliz, sabores e aromas), ajuda à libertação do espírito de eventual preconceito que possa estar na base das superstições.
Grande avó!... Há muito que perdi a minha, as minhas!
As memórias das avós ficam-nos sempre à flor da pele, principalmente nos momentos de reencontro familiar, não é?
EliminarBeijinhos, Petrus, e obrigada pelas gentis palavras. :)
Às vezes sou supersticioso, mas não é como número 13. Gostei Maria !
ResponderEliminarEu não ligo nada a superstições. :)
EliminarObrigada, Ricardo!
Beijinhos :)
A avó Nita é uma sábia...
ResponderEliminarGostei muito do texto e de ouvir a Menina estás à Janela por Rio Grande.
Uma boa semana.
Beijos.
A idade traz sabedoria, não achas? :)
EliminarBeijo e obrigada, Graça. :)
Creio que, a partir de um momento (não queria dizer "com a velhice", que pode apontar para o depreciativo), com o passar dos anos, vamos-nos permitindo relativizar e simplificar o que fomos complicando e tornando como absoluto, ou como que dogmático.
ResponderEliminarMuito bom!
[Eu fico envolvido nas tuas histórias e só sei dizer que gosto, de várias formas, porque, gosto mesmo.]
beijinho