"[antes]
as palavras servem para abismar, para escavar o
silêncio. com uma língua desesperada te abro; tenho
sede e fome e eu de ti, meu único e inicial verbo,
palavra de palavra.
hei-de rasgar-me todo, verso a verso por mais
dentro de mim. e quando a última palavra partir o meu
nome, lá estará o teu, Deus só de mim."
Pedro Sena-Lino, in Biofagia
( Betty Bird, actriz Australiana, Estudio Manasse, cerca de 1926)
Acode o teu nome aos meus lábios
palavra articulada entre sorrisos
letra a letra, húmida de saliva
desenhada a beijos na boca
vocalizada em longos gemidos
gritada, aguda, em horas rubras.
Maria, Eu
ResponderEliminarEscrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia
Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia
Ao vê-lo seguir envolto / Na poeira do caminho
Julguei meu coração solto / Dos elos do teu carinho
Em vez de ir longe levá-lo / Longe, onde o tempo o desfaça
Fica contente a gritá-lo / Onde passa e a quem passa
Pobre de mim, não pensava / Que tal e qual como eu
O vento se apaixonava / Por esse nome que é teu
E quando o vento se agita / Agita-se o meu tormento
Quero esquecer-te, acredita / Mas cada vez há mais vento
Carminho
Muito bonito, o poema!
EliminarBeijinhos Marianos! :)
Um dia falaremos por gestos
ResponderEliminarna memória das palavras
E vice versa!
EliminarBeijinhos Marianos, MA! :)
A foto da actriz é magnífica... e nela adivinham-se os lábios rubros, como as horas...
ResponderEliminarBelíssimo, Maria :)
Rubros, os lábios, dos beijos das horas de igual e intensa cor!
ResponderEliminarBeijinhos Marianos, Xil! :)