Aquecia-se com uma réstia de sol que rasgava, insistente, as nuvens cinzentas. O banco do jardim era de pedra e estava molhado, tivera que valer-se de um saco de plástico que usava para as compras para se sentar.
Respira devagar, a tosse persistente não lhe permite fazê-lo de outra forma. Sente o ar
frio a entrar, irritando-lhe a garganta, fazendo-a tossir de novo. Os passantes
olham-na de lado, os ombros sacudidos pelos espasmos, nariz e boca cobertos
pela máscara ffp2, afastando-se.
Fica só o frio, apesar daquele sol tímido que teima em não
se eclipsar.
(Gustavo Santaolalla - Alma)