quinta-feira, março 25, 2021

Castanhas e figos

 

(imagem daqui)


Morreu-me o castanheiro sem aviso. Os ouriços emprenharam de castanhas, e vieram, como de costume, atapetar em círculo o espaço por baixo da copa. Eram pequenos, os frutos, sei bem, mas doces. Bastou uma trintena de dias. Em subindo a rampa, rente ao muro, a visão do tronco seco, encimado pelos ramos despenteados e hirtos, sem que o vento os fizesse, sequer, estremecer.

Morreu-me o castanheiro. E a figueira, namorada de sempre, começa a dar sinais de querer segui-lo.

Não hei-de comer de outras castanhas ou figos enquanto me não crescerem as árvores que plantar!


(Max Richter - Non-Eternal)

13 comentários:

  1. Se as plantamos e temos oportunidade de as ver crescer, são família e dói quando morrem.

    Esperemos então pelas sucessoras.

    Beijinho, Maria TU

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  2. Figos até já marchavam.
    Com umas nozes a acompanhar muito melhor.
    Beijo, bfds

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    1. Mas se forem colhidos por nós...

      Beijinho, Pedro, e boa semana. :)

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  3. Quando as plantamos e com elas falamos
    doi

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  4. Quando uma árvore morre é como se as raízes que nos prendem à terra estremecessem.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. As árvores somos nós.

      Beijo, Graça, e muita saúde para ti, também. :)

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  5. o mistério do que vive. o mistério do que nasce.
    as árvores são como as palavras, não?

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    1. Talvez sejam, sim, Verónica, agora que você o diz!

      Beijo :)

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  6. Hei-de ficar de olho nelas, por aqui, não venha daí o ladrão disfarçado de fungo.
    Maria, se o vir, dou-lhe nas fuças.
    Beijo.

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