segunda-feira, agosto 06, 2018

Liberdade

(Mahi Chafik)

Desde menina que lhe diziam como devia fazer para manter a compostura de uma verdadeira senhora: gestos suaves; voz modulada e baixa; saia puxada para os joelhos, bem juntos, a encimar as pernas ligeiramente inclinadas quando sentada; cabelo alinhado; apertos de mão nem muito firmes nem muito lassos; conversas sem discordâncias abertas e muito menos provocações para debates acesos...
Levou anos assim, discreta, até que descobriu que não queria ser uma verdadeira senhora e, num dia de sol, se descalçou, sandálias nas mãos, cabelo ao vento, numa conversa recheada de gargalhadas e palavras que se atropelavam, deixando traços erráticos na areia molhada da praia a par dos de outro par de pés, igualmente descalços.


12 comentários:

  1. E que bom é ser-se genuinamente o que se é :-))

    Beijo em TU

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  2. E passou a ser livre e genuína.
    Boa semana

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  3. Ninguém pode ser aquilo que os outros querem....

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  4. Não há nada como sermos nós mesmas, sem regras impostas pelos outros. Gostei muito do texto.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  5. Ah, minha querida amiga,
    fosse a liberdade
    uma mera opção individual
    e aprenderiamos a liberdade
    cedo ou tarde...

    mas...
    Há quem ande descalço
    sem opção
    de levar sandálias na mão

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  6. Gosto muito da sinceridade e das pessoas genuínas :))

    Bjos
    Votos de uma óptima Segunda- Feira

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  7. Sim. Tudo bem ! ... Uma "boa educação" é sempre de bom tom, sem esquecer... "uma lady na mesa" ! :)

    Beijo

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  8. Há dias assim, precisamos de voar.
    Boa tarde, Maria

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  9. Belo trecho, Maria, recorda "os velhos bons costumes e teias-d'aranha".

    Num par que se junta a outro par
    de pés
    há uma marca de liberdade convergente
    de gente

    Bj.

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  10. O outro "eu" a revelar-se. Deêm-lhe asas e ficarão surpreendidos :)
    Beijinho Maria

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  11. Mas nós nunca conseguimos ser completamente livres!
    Estamos, no limite, presos e limitados pela censura que fazemos a nós próprios.

    Beijinhos descalços
    (^^)

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  12. Até que um dia a menina descobriu...Born to Be Wild.

    Bom dia, Maria:)

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