Desde sempre os murais me
entraram pelos olhos. Menina, ainda, via os fantásticos desenhos
revolucionários pós-Abril, muitos deles de uma extraordinária
qualidade e que hoje, lamentavelmente, só persistem em algumas
fotografias e documentários, para além de na memória de um punhado
de nós. As revoluções foram incubadoras dessa arte que a muitos
parece menor e a América Latina, com destaque para o México, é um
exemplo de expressão maior com aqueles que ficaram conhecidos como
“muralistas”.
Foi após o derrube da
ditadura de Porfirio Diaz, nos anos setenta do séc. XIX, que os
murais explodiram de cor e ocuparam um lugar de destaque em edifícios
por todo o México. Apoiado pelo ministro da Educação, José
Vasconcelos, que acreditava ser o mural um forte símbolo da herança
pré-colonial, o muralismo fortaleceu-se a partir do desenvolvimento
de técnicas que, inclusivamente, integraram o estudo das pinturas
que cobriam paredes de locais como o Templo dos Jaguares no
Chichen-Itza e de outros marcos pré- colombianos.
O mural constitui-se como
a forma de arte mais acessível a todos. O povo não tem que ir ao
museu para ver arte, ela vai até ele, sempre intencionalmente
significativa, instigadora do questionamento, da inquietação.
Do México à Nicarágua ou à Argentina, os murais fazem parte da história da arte que ultrapassou fronteiras e cujos nomes estão representados nos grandes museus de todo o mundo.
De entre os maiores muralistas escolhi destacar:
Diego Rivera (o controverso marido de Frida Kahlo), mexicano.
David Alfaro Siqueiros, mexicano.
Ricardo Carpani, argentino.
Italo Grassi, argentino.
Rodrigo Peñalba, nicaraguense.
Matus Frederico Vega, nicaraguense.