Era um tempo de flores. Não daquelas que
enchiam de cor os canteiros do jardim da casa da sua mãe, nem tampouco das que
rompiam nos lugares mais imprevistos, como os muros dos caminhos da aldeia onde
crescera. Essas eram sempre perfumadas, algumas, até, intoxicantes, de tão
intenso o perfume.
Das que falo, as deste tempo, veem em
ramos. Lindas, perfeitas, nem um pé mais torcido, ou uma pétala com o traço
característico de um caminho feito pela pequena lagarta verde.
Cumprem o seu propósito, seja de amor ou
dor, sempre iguais, sem que a ocasião lhes desmanche a perfeição quase como se
fossem artificiais.
(Cabaret de Luxe - Le Temps des Fleurs)