(René Magritte - O falso espelho)
"Se não fosse aquela história (...) teria pensado, numa vida posterior, que tinha sonhado (...). Mas ainda a contam na aldeia e riem-se dela; distanciou-se da versão original. Que coisa boa, o que o tempo faz por nós. Salpica-nos com misericórdias, como se fosse pó mágico das fadas."
Já viste o Sr. João? Coitado, que velho está, sempre embirrento, com um sorrizinho sarcástico. E com a filha? Um chato! Nunca me esqueço daquele par de estalos que lhe deu naquele Domingo, na vila, quando ela, a pobre, se afastou para ver um vendedor de balões.
*********************************************************************************
Morreu o Sr. João! Coitado, tão novo, ainda, e tão prestável, sempre com aquele sorriso simpático. E com a filha? Ai, que carinhoso que era! Lembro-me das vezes em que os via a passear ao Domingo na vila, de mãos dadas.
O tempo e a morte parecem ter propriedades mágicas.
Não fosse o tempo e os seus elásticos e que seria das lápides, dos nomes de ruas e afins..?
ResponderEliminarBoa tarde, Maria tu. Como estás? :)
Teríamos nomes sem memória...
EliminarBoa tarde, JM. Estou bem, obrigada, e tu? :)
Maria, não nos enganemos com um abraço, com um sorriso, pois os falsos também sabem fazer isso...
ResponderEliminarMuito calor, por aqui!:)
Estejamos alerta!
EliminarMais fresco, hoje. :)
Beijos, Legionário. :)
Provavelmente, ambas são reais. A morte funciona é como um prisma: muda o ângulo de visão de quem recorda a vida de outrém.
ResponderEliminarUma boa tarde, Maria :)
Talvez assim seja, caro Xil. Possa a memória não adoçar factos que tanto feriram a História da Humanidade, ao menos!
EliminarBeijos e um bom fim-de-semana. :)
Querida Maria Eu,
ResponderEliminarA morte torna-nos, a todos, Santos. É viver os entretantos.
Um beijo,
Outro Ente.
Melhor viver, sim, Caro Ente, ainda que a morte nos possa fazer menos prevaricadores.
EliminarBeijos. :)
O tempo é (também) um falso espelho retrovisor
ResponderEliminarAdmite a batota
de quem olha...
E quanto batota se faz...
EliminarBeijos, Rogério. :)
O passado, esse tempo perdido, é sempre recuperado à luz do presente, porque a memória é um tempo invertido. Quando recuperamos o passado através da memória, reinterpretamo-lo e recriamos um sentido. Para a nossa vida e para a vida dos outros. E é esse sentido que nos faz aceitar a efemeridade das coisas e acreditar que, apesar da morte, tudo valeu a pena. É na raiz no passado que encontramos um sentido para a vida. Por isso, o passado tem de ser mitificado e ornamentado com o pó mágico das fadas.
ResponderEliminarUm beijinho e um dia feliz, Maria :)
Recriar o passado a uma luz mais mágica aconchega-nos melhor.
EliminarBeijos, Miss Smile, e um excelente fim-de-semana. :)
Bom dia.
ResponderEliminarO tempo e a morte servem para queimar muita vida às pessoas que, por falta de tema, se pelam por dar à língua. Umas vezes dizem "bem" outras mal. É como ler o jornal!
Bj.
Fizeste-me lembrar as comadres e os compadres no final das missas de aldeia, aos grupos, no adro.
EliminarBeijos, Agostinho. :)
Viver e morrer, cada tempo a seu compasso.
ResponderEliminarBom fim se semana.
Beijinho,
Mia
E a memória a registar.
EliminarBeijos, Mia, e um bom fim-de-semana para ti, também. :)
Puxa, o primeiro trecho é realmente uma verdade... Ainda bem.
ResponderEliminarBjos
http://chuvadecamelias.blogspot.com.br/
ÀS vezes é bom, sim.
EliminarBeijos, Carlinha. :)
Olá, Maria,
ResponderEliminarO tempo, para além de tantas outras coisas, também traz um "pó mágico" escondido na manga. A morte, essa, pelo respeito que exige, obriga-nos à condescendência que se alia, ora à hipocrisia, ora à verdadeira comiseração, ambas boas catalisadoras, e produz-se o milagre do esquecimento das coisas menos boas.
bj amg
Que o tempo possa fazer esse milagre, então, com todas as coisas. :)
EliminarBeijos, Carmem. :)