Tenho frio. Chove, aqui, e quando não chove, a lama não desaparece. O frio aperta e o cheiro é nauseabundo. Não tomo banho há muitos dias e os que se amontoam nos cobertores cinzentos ao meu lado também não. Há um travo amargo na minha boca, a cada dia. Sabe a restos de pão e a leite em pó. Sabe a espera desesperançada. Deito-me no catre húmido e fétido e pergunto-me se valeu a pena ter escapado às rajadas das metralhadoras e às bombas. Não morri no meu país em dia certo para morrer aos poucos longe dele.
Quem foge à procura da esperança de dias melhores questiona-se sempre se valeu ou não a pena. Quando se atinge o ponto em que se questiona possivelmente já encontrou a resposta, dentro de si. Triste, mas verdadeiro.
ResponderEliminarBeijinhos Tutu
Às vezes, até eu entristeço...
EliminarBeijos, Snowy :)
~~~
ResponderEliminarQuem parte nestas condições,
tem a inteira certeza que não se trata de cobardia,
mas a necessidade de não deixar extinguir a sua réstia de esperança,
pelo que, deve merecer todo o respeito e apoio absolutamente incondicional.
~~~ Belo e pertinente 'post'.
~~~~~~ Beijinho, ME.
Por mais medos e fantasmas temos que ser humanos.
EliminarBeijos, Majo, e obrigada. :)
Maria, o instinto de sobrevivência do ser humano tem-o levado para este tipo de decisões. Acredito que a esperança seja o mote que alavanca estas opções de vida.
ResponderEliminarBeijo Maria.
Ponho-me no lugar deles, sabes? Dói...
EliminarBeijos, Sandra :)
Todos devíamos ter frio.
ResponderEliminarDevia chover em todo o lado, e até aqui,
enquanto faz sol e ele nos aquece...
Deveríamos, sim, Rogério.
EliminarBeijinhos :)
Escolher entre uma morte certa e uma morte menos incerta não é tarefa fácil .
ResponderEliminarBeijos Maria :)
Deve ser terrível!
EliminarBeijos, I :)
Nem sempre quando se desce fundo não se consegue reerguer. Há sempre uma ténue esperança de que valeu a pena. Beijinho Maria
ResponderEliminarNem que seja perdendo a vida, escapando à miséria...
EliminarBeijos, GM :)
Morte rápida ou morte lenta???
ResponderEliminarA rápida parece melhor...
bjs
Parece, de facto, apesar de tudo.
EliminarBeijos, papoila :)
"Morrer aos poucos longe dele", pode ser a prova da tenacidade do ser humano e também de que, há ainda e sempre no ser humano, um fundo de paz.
ResponderEliminarHaverá, sim, H74, mas o mundo não dá tréguas a alguns.
EliminarBeijinhos :)
Maria, vamos acreditar e trabalhar para que o processo possa ser travado.
ResponderEliminarNo impasse, alguém morre, sim.
Mau é que são muitos, aqueles que morrem.
EliminarBeijos, Isabel :)
Retrato pungente de uma realidade atroz e assustadora :(
ResponderEliminarBfds
Tenho andado impressionada com esta dureza...
EliminarBeijinhos, Pedro, e um bom fim de semana para ti, também :)
ninguém deveria passar por isto, ainda se perde tempo com prós e contras em vez de se ir realmente à fonte sem politiquices...
ResponderEliminarImagino-me na pele deles...
EliminarBeijinhos, Urso Misha :)
Uma dura e crua realidade.
ResponderEliminarUm beijo Maria :))
Demasiado dura e crua, Cristina!
EliminarBeijos :)
Esta é a prova de que o mundo nunca será uma aldeia global :)
ResponderEliminar(Levaste-me para dentro da capela do King's College. Ouvir lá o coro deve ser de subir aos céus :) )
O Homem é um ser, por vezes, demasiado desprezível.
Eliminar(É lindíssima, a música, não é? :))
Beijinhos, Ness :)
Como escreveu a Cristina é "uma dura e crua realidade", infelizmente nenhum pais europeu está ou estava preparado para esta situação, porque a verdade não passa de palavras...na prática quem sofre na pele são essas pessoas, os responsáveis assobiam para o ar e as atitudes dos mesmos perdem-se nos meandros do poder!:(
ResponderEliminarNinguém pode estar preparado. Pode é humanizar-se num percurso ao qual ninguém sabe se escapará.
EliminarBeijinhos, Leginário :)
Muita gente tem dito e redito: não sou eu!
ResponderEliminarUns dizem-no para si próprios, envergonhadamente, outros,gente que que gosta de se ouvir e fazer ouvir e, para isso, sobe a pedestais de soberba, dí-lo de forma ardilosa por palavras falsas.
BFS
E, porém, somos nós!
EliminarBeijinhos, Agostinho :)
Perseguimos a esperança quando também ela pode matar.
ResponderEliminarDeixo-te um beijo, Maria Tu. :)
Pode, infelizmente, Castiel.
EliminarBeijos, linda :)
nã saberei dizer o que é preferível, mas enquanto houver um resquício de humanidade, ainda há esperança...
ResponderEliminarQuero crer que sim.
EliminarBeijocas, Stormy :)
O fenómeno "Refugiados" é muito polémico. Com o devido respeito por todo o Ser Humano, não penso que seja solução o refúgio noutro País. Pneso que o Humanidade tem de reflectir e mudar algo nesta sociedade, para que volte alguma Moral, Dignidade e Justiça, de outra maneira, vamos criar "n" problemas sociais em diferentes países que aceitam esses refugiados, os quais países já se debatem com gravíssimos problemas internos de desemprego, por exemplo ! :(
ResponderEliminarHá que pensar, ler a História e mudar, enquanto é tempo !!! De preferência executar e não discursar. Nós sabemos muito bem o que está mal !
Não será solução permanente mas não vislumbro outra a curto prazo. A guerra não termina com um toque mágico e as pessoas são reais, sofrem... Imagino-me em fuga, com um filho, e estremeço.
EliminarBeijinhos, Ricardo :)