Foi numa das suas rápidas incursões à vila para se abastecer de café e sardinha para assar que encontrou Joana.
Havia pelo menos cinco anos que se não viam. Na infância, ambas corriam descalças, sandálias esquecidas ao pé de um qualquer muro, nos campos que ora as escondiam, de grandes as canas enfeitadas de espigas de milho, ora as revelavam ao longe, no meio das folhas rasteiras dos batatais.
Às vezes, atreviam-se a atravessar a estrada para chapinharem na água tépida que lambia a margem do rio, onde os rapazes, sempre mais intrépidos, mergulhavam.
A vida separara-a de Joana aos quinze anos. Partira para a cidade grande, estudara, por lá ficara a trabalhar, enquanto ela se deixara ficar, correndo nos campos de mãos dadas com o José, casando com o António, tendo dois filhos, mulher do lar.
Tão bonita, a Joana. Viram-se ao longe e voaram a apertar-se num abraço.
Foi ao olhá-la no fundo dos olhos que a soube infeliz.
Muito conversaram. Na despedida, perguntou-lhe "Como estás?" e ela, quase em segredo, sussurrou-lhe ao ouvido "Tenho saudades do José!"
ResponderEliminarDizem que não há amor como o primeiro...
Será?
Beijos louros como espigas de milho
(^^)
As saudades matam-se com encontros
ResponderEliminar(Por vezes acorda-se de sonhos
que só ausência alimenta)
A ausência é um alimento amargo.
EliminarBeijinhos, Rogério :)
Amazing post . . .
ResponderEliminarI love this painting
and
I LOVE this Radiohead song.
We must be connected somehow.
xo
Art connects people all over the world.
Eliminarkisses, Rick :)
Coisas que ficam, amores que se perdem. A vida segue mas há sentimentos que trazemos escondidos....
ResponderEliminarO coração é um tonto.
EliminarBeijos, GM :)
Maria, as pinceladas de tristeza no fundo dos olhos nunca enganam.
ResponderEliminarOs olhos não metem, de facto.
EliminarBeijos, Isabel :)
Raios dos Josés que assombram as vidas com os Antónios!
ResponderEliminarChatos, pá!
EliminarBeijos, Carla :)
Maria, por vezes é possível "impor" silêncio ao sentimento; não é, porém, possível marcar-lhe limites;)
ResponderEliminarCoração sem possibilidade de controlo...
EliminarBeijinhos, Legionário :)
:(( ... Nem todos podem dizer com sinceridade e felicidade :
ResponderEliminar"Encontrei a alma e o corpo que me completam, sim."
... São coisas que só o tempo nos revela e confirma !
Um beijo ! :)
É muita sorte, sim!
EliminarBeijinhos, Rui :)
A vida nas cidades pode ser dura e difícil.
ResponderEliminarJosé seria um sonho de felicidade...
Muito interessante o teu conto, ME.
~~~ Beijinho ~~~
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Obrigada, Majo!
EliminarBeijos :)
oh Joana, pensar que estivemos tão perto... dos sonhos agora desperto. Só não quero ouvir.... o sim que dirás...
ResponderEliminar:)))) Tiveste gracinha!
EliminarBeijocas, Sr. Polvo :)
desculpa, mas perante o que escreves, fico verde... e só sai coisas destas :)
EliminarO reencontro de duas amigas que, passados muitos anos, voltam às confidências como se apenas se tivessem separado no dia anterior. Esta é também uma história de amizade. :)
ResponderEliminarÉ, sobretudo, uma história de amizade.
EliminarBeijos, Luísa :)
Não há como o primeiro. Talvez por isso mesmo ou por ter sido tão fugaz, nem tempo houve para ver os vazios no pano. E então o encanto permanece quase virgem. intacto, preservado da erosão do tempo.
ResponderEliminarBj.