Doeu-lhe Agosto como há muito lhe não doía mês algum. Abateu-se sobre ela uma solidão acompanhada, feita de conversas sobre receitas de salmão e bolo de chocolate, risos agudos, músicas de altifalantes e buzinas em cortejos festivos de casamentos. Sacudia a cabeça como que a tentar acordar daquela dor fina que lhe tolhia as pernas e lhe dava um leve esgar de sarcasmo permanente nos lábios. Desejou Setembro. Porém, entrado o novo mês, apenas as pernas começaram a sentir um pequeno alívio, fruto do milagroso gel de aloé vera que Joana espalhava, a cada fim de tarde, com mãos leves e quentes. Quem sabe, em Outubro...
Há sempre mais um mês...e a esperança é a última a morrer.
ResponderEliminarbjs
Quando já se passou a idade média da esperança de vida, começa a ser tudo mais difícil, papoila.
EliminarBeijos :)
Já não pode ser em Setembro?
ResponderEliminarMaria, ainda faltam vinte e sete dias...
Não sei, Isabel. A mulher de quem falo tem muitos Agostos vividos e poucos para viver, já...
EliminarBeijos :)
Agosto é terrível para a boa circulação...
ResponderEliminarEstamos a viver os últimos dias de verão, há que aproveitá-los.
Um bonito texto que nos recorda os diferentes sentires de um verão quase passado...
Dias muito agradáveis, ME.
Beijo.
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E quando a idade é muita, piora.
EliminarObrigada, Majo!
Beijos :)
Como te compreendo... um cansaço!!!
ResponderEliminarBeijinhos de outubro...
A mobilidade reduzida pelas dores nas ancas, pelas pernas cruzadas por varizes. Ver alguém envelhecer com dores, também dói.
EliminarBeijos, Graça :)
Lindo, gostei!
ResponderEliminarObrigada, Soren!
EliminarBeijinhos :)
E, de espera em espera, se vai gastando a vida.
ResponderEliminarUm bom domingo
Lídia
Uma vida que já tem tanto de vivida...
EliminarBeijos, Lídia, e obrigada :)
Estamos no início de Setembro, embora estes primeiros dias ainda nos “cheire” a Agosto, ou seja, para a maioria das pessoas, são férias, e já são os últimos, ou seja, anunciam o trabalho. Como o ciclo de vida das pessoas é cada vez mais feito pelos media, ou melhor, por uma combinação entre o que dá na televisão, o que aparece e se discute nas "redes sociais" (que acaba também por ir parar à televisão), e em muito menor grau, o que aparece nos jornais, há uma simbiose profunda entre a "produção de estados de alma" e o consumo desses mesmos "estados de alma".
ResponderEliminarBoa semana, Maria:))
Boa semana, Legionário! E bom Setembro!
EliminarBeijinhos :)
A ansiedade mata... quando tomada em doses mensais!
ResponderEliminarOu a rotina imposta pelas limitações físicas...
EliminarBeijos, Stormy boy :)
Mau... Maria!
ResponderEliminarNão fiques assim, como dizes, de desejo em desejo, sem completude nem plenitude, no reino da procastrinação. Se não...
Bom regresso.
Não sou eu, Agostinho. É alguém que já viveu muito mais do que eu.
EliminarBeijinhos e bom Setembro :)
Haja esperança e quando menos se espera, tudo muda :)
ResponderEliminarQue assim seja, GM, embora não seja muito previsível.
EliminarBeijos :)