Quando lhe deram ordem de reclusão,
Maria Antónia ruborizou, cerrou os punhos, mas sabia que era o seu
destino.
Na primeira noite, agitou-se na cama
desconhecida em sonhos suados até que lhe entraram porta dentro,
acendendo a luz branca e crua sem piedade.
O dia não tinha clareado, de tal modo
que nem os pássaros se faziam ouvir. Não obstante, tinha-os visto
da janela no dia anterior, nas árvores que sombreavam o parapeito
em cujos ramos os pequenos canoros se afadigavam em voos curtos e alegres.
Seria apenas o início de um dos dias
longos, entre pisos e salas diferentes, onde pontuavam outros como
ela, reclusos de roupão e chinelos, ombros sacudidos por tosses
profundas.
(Agnes Obel - Riverside)
ResponderEliminar💙🌻
Um beijo doce embrulhado num abraço quente
Outro para ti, Clarinha! :)
Eliminare foi para isto que a Maria Antónia se avoou?
ResponderEliminarporca miséria
KK ... ufa
Ela avoa-se outra vez, não tarda nada! :)
EliminarOs pássaros estão sempre lá
ResponderEliminaré a única certeza que temos
se seus voos são alegres?
Parecem, mas não sabemos...
A propósito de pássaros
viste por acaso alguma andorinha?
Nem todos os pássaros hão-de ser sempre alegres, verdade.
EliminarAs andorinhas andam por aí, em voos pequeninos.
Beijinhos, Rogério :)
Uma mente aprisionada?
ResponderEliminarE corpo.
EliminarBeijinhos, Pedro :)
Maria Antónia está num hospício? Pobres almas atormentadas as que estão nesses lugares...
ResponderEliminarNum hospital.
EliminarBeijos, LA :)
Gostei bastante de ler:))
ResponderEliminarHoje:-Quando o sol brilha em desalento.
Bjos
Votos de uma óptima Quarta - Feira.
Obrigada, Larissa!
EliminarBeijinhos :)
"Reclusos de roupão e chinelos"...
ResponderEliminarComo escapar essa condição?
Os chinelos de Maria Antónia ou Manuel José, tanto faz, carregados de chumbo intestino, rompem o linóleo do chão até ao dia em que os retêm na cama, por economia nas despesas de manutenção. E percam a ideia...
Um cravo é um beijo, Maria Eu.
Sabes que é algo que costumo dizer quando me prendem, ou aos meus, no hospital, que rompo o chão dos corredores.
EliminarCravo vermelho é a minha flor favorita, Agostinho, obrigada!
Beijinhos :)
Muito bonito ! Gostei imenso de ouvir a dinamarquesa Agnes Obel. De algumas maneira fez-me lembrar alguma música celta cantada pelas irlandesas !
ResponderEliminarObrigada, Ricardo! A Agnes Obel é maravilhosa!
EliminarBeijinhos :)
https://www.youtube.com/watch?v=yN-rwpZob54
ResponderEliminarTão bonito, H74!
EliminarBeijinhos :)
Triste mas bonito. Os dias de reclusão são vazios, assim como se sentirá a alma dos reclusos...
ResponderEliminarBom feriado. Beijinho
Sonhar a Liberdade nem sempre é possível...
EliminarBeijos, GM :)
Ver o que é suposto ser o fantasma de uma paciente "sentada" no peitoril da janela de um quarto de hospital é um quadro brutal; faz-me lembrar quantas pessoas de idade são deixadas em reclusão e ao abandono pela própria família em muitos hospitais.
ResponderEliminarBoa tarde, Maria:)
É arrepiante!
EliminarBoa tarde, Legionário! :)
Oh pra ti, ali em cima, com o teu anjo! :)
ResponderEliminarBeijos, KK
Bendito comentário Maria :)
ResponderEliminarBeijinho
que texto impressionante, sofri por Maria Antônia.
ResponderEliminarEla estava a sofrer...
EliminarObrigada!