Europe
Merely an idea bruising
the far horizon, as a cold mist tightens into rain –
but at dusk we still wait
by the Bay of Tangiers, on the old city walls, gazing northwards
till the night comes on,
and a necklace of lights gathers the throat of the sea.
The young men burn –
lonely, intent on resolving that elusive littoral
into a continent of promises
kept, clean water, work. If they stare hard enough, perhaps
it will come to them.
Each night, they climb these crumbling ramparts
and face north
like true believers, while the lighthouse of Tarifa blinks
and beckons,
unrolling its brilliant pavement across the pitiless Straits.
Europa
Nada mais que uma ideia lacerando
o horizonte distante, à medida que a névoa fria se condensa em chuva –
mas ao crepúsculo ainda esperamos
na Baía de Tanger, na muralha da cidade velha, contemplando o norte
até que a noite sucede,
e um colar de luzes cinge a garganta do mar.
Os rapazes ardem –
solitários, determinados em transformarem aquele litoral ardiloso
num continente de promessas
cumpridas, água limpa, trabalho. Se olharem laboriosamente, talvez
ele venha até eles.
A cada noite, eles sobem essas muralhas decadentes
e encaram o norte
como crentes convictos, enquanto o farol de Tarifa pisca
e acena,
desenrolando o seu caminho brilhante sobre o implacável Estreito.
(Sarah Maguire traduzida por Maria Eu)
(Levon Minassian - Bab'aziz)
O farol de Tarifa
ResponderEliminarpisca?
Então...
Ressuscitemo-nos
uns aos outros
de outra forma
continuaremos mortos
Seria uma Páscoa tão memorável
quanto aquela
que se comemora
Seria bom, Rogério
EliminarBeijinhos
Um poema muito intenso e cheio de significado, este, de Sarah Maguire, que tão bem traduziu…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Neste momento em que a Europa está cada vez mais ferida, achei um poema fortíssimo.
EliminarMuito obrigada, Graça!
Beijo e uma boa semana para ti, também! :)
O sonho inicial...
ResponderEliminarNão ficou perfeito, até já o alterei um pouco, mas deu-me gozo fazê-lo.
Beijo, KK, e boa semana . :)
ResponderEliminarBelo poema, a traduzir um sonho europeu.
Boa segunda!
Abraço!
Um sonho pouco concretizado, Lua Azul!
EliminarBoa semana!
Beijinhos
Maria, escolheste um poema magnífico para o tempo.
ResponderEliminarA paixão e morte cumpriram-se, cumprem-se a cada dia.
E a ressurreição, onde e quando?
O poema é um alerta,
fortíssimo,
como forte é a distância a
separar os homens.
Enquanto houver gente que se veste e
despe de noite (ou de dia)
para embarcar na esperança
o Mundo não tem Europa
nem a Europa Mundo
nem paz
Beijo.
A Europa no fim da estrada de luz que termina em tanta escuridão.
EliminarBeijinhos, Agostinho :)
Uma Europa em convulsão.
ResponderEliminarCansada de politiquice e a abraçar populismos e populistas.
Sem dúvida, Pedro! Pobre Europa!
EliminarBeijinhos :)