quinta-feira, abril 25, 2019

Evasão

(oliveiraluana94, em Pinterest)

Estranhando a ausência de chilreios, afastou as pesadas cortinas, deixando a luz do sol entrar. Afinal de contas, ninguém a proibira de olhar pela vidraça. Estremeceu! A árvore jazia, cortada, os ramos em desalinho, o tronco ferido de morte. Tentou abrir a janela. Não se mexia. 
Menina! Menina!-chamou. A janela, por favor! Deve estar avariada!
Então? Quem lhe disse que as janelas abriam? Não vê que alguém pode cair na tentação de saltar delas?
Foi nesse dia que gizou o plano de fuga.
Ao final da tarde, com a roupa por baixo do roupão, misturou-se num grupo de visitas, desceu no elevador, dirigiu-se à casa de banho onde abandonou o roupão, para logo estugar o passo em direcção à porta larga de entrada. 
Correu! Correu muito, acompanhada de uma revoada de pássaros em chilreios sonoros.



        (Ane Brun - To Let Myself Go)

17 comentários:

  1. Afinal, não sou apenas eu
    a gostar da metáfora
    quando escrita por Minha Alma
    A tua, também
    as escreve bem

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  2. Rumo à liberdade, voando com pássaros.

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  3. Que bela publicação :))

    HOJE, DO NOSSO GIL ANTÓNIO :-Meu amor: Eu estou aqui.

    Bjos
    Votos de uma óptima noite

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  4. E foi assim que chegou ao País das Maravilhas.
    Bjs, bfds

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  5. No lugar dela também tentava fugir!
    Bjo!

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  6. feliz de novo, grande enorme domingo luminoso!

    isto está a revelar-se uma montanha russa, vou pôr a tocar os passos em volta outra vez

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    1. Agitada, esta vida da Maria Antónia! :)

      Beijinhos, Luís

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  7. Uma fuga que foi um voo. Magnífico texto!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. O eterno desejo de voar!
      Obrigada, Graça!

      Beijos e boa semana :)

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  8. Foi o anjo que lhe emprestou as asas. :)

    Beijos, KK

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  9. Uma janela que não se abra não o é. Põem guaritas a simular, um engano de liberdade, mas enquanto houver um sonho que seja no mais recôndito subconsciente, escapa-se no espaço, como pássaro.
    Beijo.

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