(Imagem daqui)
De quando em vez, Maria Clara gostava de escapar à tristeza dos dias
sem luz e abrir os olhos do lado de dentro, onde habitavam sempre o mar, as
dunas, o azul intenso do céu de Verão e as gaivotas em voos feéricos, à
espreita do peixe.
Quem a observasse, diria que dela
se apoderara um sono profundo.
Foi num destes dias que Maria
Clara se viu num sol da manhã, pés descalços e sandálias na mão, caminhando
rente à babugem das ondas, que vinham salpicar-lhe as pernas. Demorou-se ali, o
horizonte largo, um navio cargueiro a acompanhar essa linha, o cheiro intenso a
algas.
Sabia que não estaria só por
muito tempo. Ali, nunca estava sozinha. Afinal, uma gaivota não voa sozinha.
as saudades que eu tenho de ver as gaivotas na minha varanda em Gaia.
ResponderEliminarBjs, bfds
Ai Maria Tu que vieste dar-me nome. Hoje, estou Maria Clara.
ResponderEliminarBeijinho
Sorte da Maria Clara ter luz no lado de dentro
ResponderEliminar:)
Sorte da Maria Clara não estar sózinha. Espero que não fique !
ResponderEliminarGostei do texto, da imagem e da música da Anoushka Shankar !
Até me chegou aqui o cheiro das algas e pude ver o alvoroço das gaivotas. O mar sempre tão inspirador. Gostei imenso do texto.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Como sempre histórias bem pensadas.
ResponderEliminarNão há voos solitários que valham a pena.
Para se voar, a uma asa junta-se uma outra. Desde sempre assim foi, até nos voos curtos de Ícaro se faz a par.
Essa translação da Maria Clara é segredo dela, mas está ao alcance de todos. Basta saber desenhar horizontes.
Beijo, ME.