quarta-feira, abril 07, 2021

Vento e Eros

 (imagem daqui)

Vem o vento, manso e leve, qual carícia de um amante, fazer dançar o vestido

Cria, então, aquela roda, e ora se enfuna e revela as pernas pelo tecido

Ora sopra mais um pouco a fazê-lo enroscar-se no corpo que já se entrega

Ora avança, pouco a pouco, de lascivo e todo louco, pelas alças escorrega


(Cucurrucucú Paloma | Sílvia Pérez Cruz i Raül Fernández)

10 comentários:

  1. Lindíssimo de ler. Elogio o seu bom gosto poético. Gostei muito do blogue. Fiquei seguidor
    .
    Cumprimentos poéticos.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Cucurrucucú Paloma é Caetano Veloso.
    Até arrepia!
    Bjs

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  3. Vento
    Sou suão
    e muito gostaria
    de ser brisa
    ou mesmo vento
    daquele
    que levanta a saia
    e desgrenha o cabelo

    Contudo
    sou suão

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  4. Bonito Maria. De repente lembrei-me da "Mulher de Vermelho" :) !
    Que grande interpretação do "Cucurrucucú Paloma" por estes dois artistas, Sílvia Pérez Cruz e Raül Fernández.

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  5. Eros, o deus do amor e do erotismo, a fazer o seu trabalhos através do vento. Muito belo. Gostei imenso.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  6. A carícia do vento tem um "je ne sais quoi" de provocador :)

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  7. O vento é bom bailador e, por vezes, também impúdico sedutor.
    Abraço poético.
    Juvenal Nunes

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  8. Há ventos benfazejos!
    Excelente exercício poético!

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  9. Eros sabe-a toda para o transbordar de emoções. Tem no vento um aliado que se insinua de forma discreta ou bruta, consoante os dias e ocasiões.
    Incautas são as criaturas que se revelam cheias de virtude, como semi-deuses helénicos.
    Beijo, ME.

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