Era o tempo do calor, das noites mal dormidas na ânsia da manhã fresca e das vozes alegres do José, da Maria e do Francisco junto à sua janela. A nespereira já sem frutos, mas explodindo em verde, o Pantera a arranhar-lhe a porta do quarto, pronto para lhe saltar aos ombros e mostrar a língua rosada como que a fazer-lhe caretas.
Há quantos anos fora? Quantos Verões?
As brincadeiras mil em correria pelos campos amarelados de malmequeres que se transformavam em coroas de reis e rainhas, os braços grossos e longos das oliveiras que lhes serviam de casa e castelo, os muros vencidos à custa de arranhões e feridas nos joelhos, a leveza dos dias, embora longos, alimentada a café com leite e pão com marmelada caseira.
O Verão acontece, ainda. A memória enche-o de cheiros, vozes e rendilhados recortes.
(Debussy - Deux Arabesques (Harpe) - Héloïse de Jenlis)
Enquanto Debussy harpeja
ResponderEliminarcorre-me verão na veia
e a memória
da brincadeira
essa, da "Linda falua"
e dos jogos de rua
Sim, o Verão acontece ainda
como na infância me acontecia
Verão, memórias?
ResponderEliminarFigueira da Foz.
Bjs, bfds
José Maria e Francisco
ResponderEliminarTu
e a nespereira farta já
desejosa de abraços
de mãos braços pernas e pés
A esperança da aventura
calorosa do Verão
Maria, consigo visualizar a tua história como filme. A felicidade da memória, sobretudo de a ter vivido actor dessa forma tão natural.
Mereces dois beijinhos, um em cada face.
uma linda história, a memória guarde os bons momentos
ResponderEliminarbjs
Saudades do verão na infância ou adolescência, no sentido em que na vida adulta muitas amarguras nos fazem ter o sentimento de que esse período era “o dia em que todo dia era bom”.
ResponderEliminarBom fim de semana, Maria:)
Seremos sempre crianças também nas memórias
ResponderEliminarBj
Gostei Maria ! Grande abraço !
ResponderEliminarE como é bom recordar o verão da infância.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Será que estas brincadeiras ainda se fazem? Que linda falua que lá vem...
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