quarta-feira, janeiro 01, 2020

Sem Natal



E de repente, já não era Natal. Talvez não o tenha sido, nem a 25. Lá fora, a tangerineira substituíra o pinheiro manso que encantara gerações e o presépio jazia, deserto de mãos que o dispusessem, numa caixa de cartão.

Já viste o presépio, filha? E as luzinhas? Estou ansiosa por que venham os meninos para ver como reagem!
Alegrava-se na expectativa dos olhos imensos dos mais novos, embora franzisse um pouco o sobrolho quando o Menino Jesus ia parar ao lago, em banho prolongado, e as ovelhas ganhavam asas, pousando nos telhados das pequenas casas.
Bivó, foste tu que apanhaste o musgo?
Bivó, quando vem o Menino a sério pôr as prendas?
Bivó, desculpa! Não “resiti” e comi um Pai Natal da árvore!

Este ano, não houve Natal…


16 comentários:

  1. Acreditar que vem o Menino pôr as prendas,
    e confessar
    que se comeu o Pai de Natal
    Se isto não é o verdadeiro Natal,
    o que será o Natal afinal?

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  2. E em todos os pinheiros brilhou uma estrela a inquietar o mundo… Gostei muito do seu texto.
    Que o Ano de 2020 lhe traga dias tranquilos com amor e saúde.
    Um beijo.

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    1. Muito obrigada, Graça!
      Haja Luz a rodos em 2020!

      Beijo :)

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  3. "Haja Luz a rodos em 2020"

    Faço minhas as tuas palavras, Maria;)

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  4. As deturbações em que o mundo é fértil não podem obnubilar o Natal.
    Saudações poéticas.
    Juvenal Nunes

    A vida continua e há sempre uma
    Esperança Renovada

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    1. Ah, mas a falta, a saudade, escurecem a alma!

      Bom 2020, Juvenal, com muita poesia! :)

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    1. Pois... mas eu sinto-me sempre criança.

      Beijo, querida Té, é bom 2020! :)

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  6. Viver o Natal é também voltar à infância. :)

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    1. Sempre, mesmo que haja muitas faltas...

      Beijo, Luísa, e bom 2020! :)

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  7. O retorno nostálgico da memória que nos assalta a cada solstício de inverno.
    Bonito, Maria, vim ler já nos Reis!
    Tudo de bom.

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  8. Este texto fez-me lembrar a minha infância e como eu e minha irmã rondávamos todos os dias os chocolates pendurados no pinheiro de natal verdadeiro dentro da panela de ferro cheio de areia para não tombar. Começávamos pelos chocolates que estavam encostados à parede, mais escondidos e aos poucos todos iam desaparecendo. Mamãe fingia que não via :) Saudades...
    Beijinho Maria Tu e um ótimo ano,

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