segunda-feira, março 31, 2025

A primeira dor

(imagem daqui)

Teria à volta de cinco anos quando experimentou a dor. À época, não sabia o que significava aquele aperto no peito a subir aos olhos e a transformar-se em lágrimas.

Doíam-lhe os ouvidos da notícia.  A Lina morreu. 

Como assim, morreu? Ainda ontem brincara com ela às cozinheiras, a amassar bolinhos e a fazer sumo de maçã! E morrer era para sempre? Ora, devia ser uma doença qualquer, essa tal de morte!


Só aquando da ausência permanente entendeu...



(E. Grieg: Elegie (Elegy), Op. 47 no. 7)

8 comentários:

  1. Tão irremediável, a morte.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  2. Maria Eu (tu),
    que beleza poética derramas para sensibilizares gente de carne e osso (eu, p.e.)!

    Aos cinco tanta pergunta a pairar
    a inocência branca de flor tocada
    de coisas inexplicáveis

    A cada surpresa um degrau
    que se quebra na escada
    que a levaria ao céu
    ¤
    Desejo-te saúde e conforto no viver por estes dias (no mínimo paradoxais).
    Bj.

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  3. Leio e ouço com muito gosto! Tudo sempre harmonioso! Desejo que tudo vá bem! E aguardo o próximo capítulo.

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  4. ME,
    uma gota suspensa
    (sei lá)
    engrossa
    sei lá se pensa
    em tombar
    E nem sei como
    a ajudar...

    Que estejas bem, bj.

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  5. El dolor que se siente ante lo inevitable es tremendo, pero si es una personita de cinco años, es un drama...., sin mebargo nos codeamos con ella queramos o no
    Me ha gustado leerte
    Un abrazo

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