domingo, janeiro 19, 2025

João Maria

 

(imagem daqui)

Sentado num banco do Jardin du Luxembourg, João Maria observa um grupo de homens a jogar quilles de huit, enquanto fuma um cigarro.

Está sol e as árvores verdejantes albergam pássaros irrequietos e gorjeadores. 

Sem mais nem porquê, veio-lhe à lembrança a imagem de Maria Antónia, sentada numa poltrona em frente a si, fazendo-o sorrir, enlevado.

Dezoito anos! Nada fazia prever que teria que se apressar, noite dentro, a reunir alguns parcos pertences e atravessar a fronteira Espanhola, em direcção a França. Uma denúncia anónima alertara a PIDE para a sua participação em reuniões clandestinas e na distribuição de panfletos contra o regime.


Quem sabe, agora que planeia voltar por uns dias, a possa rever?



(Guillaume Poncelet-88)

10 comentários:

  1. Pressinto que, se rever Maria Antónia, por cá acabará por ficar...

    Bjinho de adivinho

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  2. Quantos foram vítimas da polícia política. Oxalá João Maria encontre a Maria Antónia. Uma pequena história que nos remete para outro tempo que não queremos de volta.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Longe fique a repressão! Os tempos andam cinzentos...

      Beijo, Graça, e obrigada.

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  3. Um fim que pode ser começo, gostei:)

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  4. Um reencontro... por que não?
    E se o encanto do primeiro se fixou na memória e superar os que chegaram depois?
    Beijo amigo, ME.

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    1. Às vezes, o encanto está nas memórias.

      Beijinhos, Agostinho, com gratidão pela amizade.

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